Mensagem do Arcebispo

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Repórter:Fernanda Leonel
Edição: Ludmila Gusman
Designer: Lúcio Tanini

Leia a mensagem do Arcebispo Metropolitano, Dom Eurico dos Santos Veloso, aos cristãos. Se quiser, imprima a mensagem. Clique no ícone ao lado



Os cristãos se preparam para viver uma das comemorações mais importantes dentro das suas tradições e simbolismos: a Páscoa! Como destaca o Arcebispo Metropolitano, Dom Eurico dos Santos Veloso (foto): "é o acontecimento central da história cristã. E este acontecimento, aos olhos dos fiéis que creêm em Cristo, é o acontecimento central da história do mundo".

 

A comemoração da Páscoa simboliza a morte e ressurreição daquele que veio, para salvar e se sacrificar pela humanidade. Esse foi o sentido que a festa cristã ganhou, após a passagem de Jesus pela terra. Nos anos anteriores ao Cristo, a Páscoa era uma festa dos nômades da Palestina, ocasião em que se sacrificava um cordeiro com símbolo e invocação de fecundidade. Em seguida, a comemoração se tornou a grande festa para a recordação da libertação dos hebreus do Egito.

A Páscoa como a festa mais importante da igreja só existe depois da redenção do Cristo. E esse tempo pascal se tornou hoje, o grande momento para reconhecimento, agradecimento e recolhimento dos praticantes da religião. Dom Eurico destaca que é uma semana muito importante e que para quem pratica a religião, pode trazer muitos benefícios para a alma. "Essa é uma semana de retirada, de vivência. Tão importante, que até nós que servimos ao senhor temos que nos policiar para não perdermos nosso tempo de recolhida", comenta o arcebispo ao falar de como fica ocupado durante a Semana Santa.

Em Juiz de Fora, as comemorações já começaram e têm levado às igrejas em média 50% a mais de fiéis que em outras épocas do ano. Sobre esse fato específico, Dom Eurico é enfático: ele diz que tem muita gente que só procura a igreja nessa época do ano, e que isso não está certo. Mas que ao mesmo tempo é preciso ter me mente que a culpa desse fato ser cada vez mais comum está em toda a sociedade. "As pessoas já colocaram na cabeça que a obrigação delas é comungar pelo menos uma vez por ano pela Páscoa da ressureição. Sendo "obrigação" vão, e ficam achando que estão em dia com a religião".

Para Dom Eurico, outra coisa que leva muita gente às igrejas nessa época do ano são os teatros e outras formas de celebração. Ele destaca, por exemplo, que a cerimônia do Lavapés, é uma das mais assistidas, porque sempre tem uma encenação. "Esses teatros, o lavapés, o senhor morto, são religiosidades sim. Mas gostar ou assistir só elas é algo vazio", comenta.

Mas acalme-se! Se você é uma das pessoas que só vai nessas celebrações mais teatrais da Semana Santa, não se despere e se classifique como um mal cristão! Dom Eurico ressalta que é importante que se tenha esse tipo de conhecimento, que se procure entender os símbolos pascais(Leia a matéria!) e também o significado da Páscoa (Leia a matéria!), mas que esse tipo de desconhecimento é mais comum do que se imagina.

"A maioria dos católicos não entendem bem o significado da Semana Santa, porque se limitou à catequese como aprendizado religioso quando eram crianças", fala o arcebisbo destacando que hoje há muitas maneiras complementares à igreja para se aprender a religião, já que há livros e filmes sobre o assunto. Mas chama a atenção que o fato de muitas pessoas não conhecerem não pode ser desculpa para não se correr atrás desse aprendizado.

Metaforicamente, o arcebisbo compara essa falta de conhecimento religioso com fatos do nosso dia-a-dia. Fala da bula do remédio, que a grande maioria das pessoas não lêem e do troco que muita gente também não confere. "Resolvemos não querer entender de bula, porque temos alguém que faça isso pra gente. Não aprendemos, mesmo sabendo que é importante.

 

 

Pode ou não pode comer carne?

Com a chegada da Sexta-feira Santa uma grande dúvida ainda passa pela cabeça de muitos fiéis: comer carne nas sexta-feira da paixão ou então nas sextas-feiras da quaresma é pecado ou não?

Dom Eurico faz questão de frisar que párocos podem ter opniões diferentes, mas que ele prega e acredita que não comer carne ou qualquer outra coisa, só vai ter validade como sacrifício se a pessoa também está vivendo a religião. Ou seja, se o fiel não come carne na sexta-feira santa, mas também não fez isso com o coração aberto, não vale nada a penitência. Ele explica que a proposta de igreja católica de certas restrições alimentícias nessa época do ano está relacionada com a importância da data e com o fato de isso representar um sacríficio e uma demostração de domínio .

 

O arcebispo conta que essa tradição, em anos anteriores permanecia durante a quaresma inteira e que foi sendo reduzida aos poucos. Hoje a igreja prega a sugestão de não se comer carne somente às sextas-feiras da quaresma e que essa penitência pode ser ainda complementada com outra ação: "Não coma carne na sexta, mas ofereça aquilo que você e sua família iam comer para quem não tem o que comer. Eles sim, podem comer carne na sexta-feira santa, porque já não se alimentam bem o ano inteiro", opina.

Outro comentário importante do arcebispo: a não ingestão de carne é um simbolismo de penitência. Ou seja, se você não é "muito chegado" nesse alimento não vai estar fazendo sacríficio nenhum. A igreja já permite oficialmente a troca do alimento. "Não há motivo específico para não se comer carne que não seja a penitência. A carne não simboliza o corpo de cristo como muita gente pensa. É só um alimento base e também considerado nobre", explica Dom Eurico.