O acolhimento e a solidariedade em forma amor

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O acolhimento e a solidariedade em forma amor Para comemorar o Dia das Mães, o Portal ACESSA.com conta histórias de mulheres dispostas a doar tempo e carinho a filhos não biológicos

Aline Furtado
Repórter
7/5/2010

Embora muitas pessoas associem o Dia das Mães ao consumismo, que marca a data por meio do corre-corre às lojas em busca do presente, a data deve ser lembrada como forma de celebrar a dedicação de mães, sejam elas biológicas ou não.

Existem mães que dedicam a vida ou um período dela a acolher e oferecer amor e carinho a crianças nunca vistas anteriormente.

"Ele veio para a nossa casa sem saber o que era amor", relata a instrumentadora cirúrgica aposentada Edilamar Moreira da Silva, de 50 anos. A frase sintetiza um pouco da história vivida por ela e sua família, quando decidiram acolher, temporariamente, o pequeno G., de três anos.

Mãe de três filhos e avó de três netos, Edilamar conta que um dia, no ônibus, viu um cartaz sobre o programa Família Acolhedora. "Me senti tocada e resolvi fazer a minha inscrição. Na época, não pensei em apego, em ter que entregar a criança depois de um tempo de cuidados." Ela relata que, de toda a família, apenas o filho mais novo demonstrou preocupação. "Ele abriu meus olhos quanto ao fato de passarmos apenas um período com a criança. Mas acredito que ou se ama ou se ama. Creio que amar não significa ser dono. O fruto do meu amor não me pertence. Isto me guiou."

Edilamar declara que recebeu o menino em setembro do ano passado. Quando chegou, apresentava problemas de saúde decorrentes da violação aos direitos. "G. não andava, não falava e era uma criança arredia demais." Segundo ela, a criança nasceu aos sete meses de gestação e apresentava crises de abstinência devido ao fato de a mãe ter usado crack durante os meses de gravidez.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes