Empreendendo com a maternidade

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Empreendendo com a maternidade

Empreendendo com a maternidade

Papinhas caseiras, redinha para recém-nascido, fotografia newborn, são algumas opções feitas por mães para outras mães

Angeliza Lopes
Repórter
13/05/2017

Para muitas mulheres, vivenciar a maternidade é um mergulho profundo em um universo desconhecido e cheio de dúvidas. Talvez um dos maiores questionamentos seja como conciliar a vida profissional com a criação do filho. Até mesmo, pela vida moderna, que não deixa muito espaço para que a mãe tenha tempo com seu bebê dentro de casa. Pensando neste conflito, que muitas delas enxergaram como oportunidade empreender em casa, criando produtos e serviços destinados ao nicho de mercado mais conhecido por elas: a maternidade. As papinhas caseiras, redinha para recém-nascido, fotografia newborn, são algumas opções feitas por mães para aumentar o rendimento e facilitar o cotidiano de outras mulheres.

A imersão nesta nova realidade, sendo planejada ou não, é complicada, como afirma a fotógrafa e jornalista Malu Machado. Com sociedade voltada muito para o trabalho, ela avalia que é necessário que todas as mulheres façam uma introspecção. “Muda a vida completamente. Minha gravidez foi planejada, sabia que ia acontecer, mas, mesmo assim, quando aconteceu me senti perdida. Os filhos são muito dependentes, principalmente durante a primeira infância. Por isso, buscamos criar uma vida em torno deles” conta Malu, que descobriu inicialmente no blog uma forma de expressar o momento que estava passando e, logo depois, viu, inicialmente, na fotografia newborn um caminho que associava carreira as suas novas experiências mais maternais.

“Necessitava de me reinventar dentro da maternidade e o meu impulso criativo foi para o lado da fotografia, que somou a minha profissão de jornalista, que não larguei. Me encontrei na fotografia newborn, de gestantes - que rendeu a foto que fiz de várias mulheres amamentando em Ibitipoca e lancei junto com a Raquel Marcato, o livro 'Quando Nasce uma Mãe. Aí, você percebe que está construindo um caminho naquilo que acredita. Hoje exploro a fotografia dentro d'água que tem a ver com toda essa fluidez da maternidade”, relata.

Cada mulher tenta encontrar seu jeito para tornar possível esta associação entre emprego e criação do filho. Com a situação atual, poucas podem optar por se dedicarem exclusivamente à maternidade. Algumas precisam deixar seus bebês pequenos em creches para trabalhar. Existem, ainda, as que deixam bons empregos para ganhar seu sustento desenvolvendo algo que envolva a criança, que foi o caso da empreendedora Fabiana Salgado, que criou a 'Papinha Bacana'. “Comecei a dar papinha ao meu filho e o pediatra explicou como fazê-la com um ingrediente de cada tipo, com raiz, legumes, proteína. Achei muito complexo fazer aquilo e vi ali a oportunidade de produzir para vender”.

Com uma mãe muito presente em sua criação, que se absteve de trabalhar fora para cuidar da família, Carolina quis se espelhar nesta experiência positiva e quando engravidou, colocou como prerrogativa não trabalhar fora durante a infância de sua filha.

“Queria ser mãe por inteiro, como a minha mãe - já falecida, foi para mim. Há quatro anos me tornei mãe solteira, e desde então, me desdobro para conseguir trabalhar em casa e ser a mãe tempo integral. Sou psicóloga, mas como não consegui um emprego na área que eu pudesse desenvolver em casa, surgiu vontade de empreender em algo que conciliasse a Carol mãe e a mulher. Logicamente ser mãe é a maior inspiração para as minhas criações. Encontrei dentro da minha realidade uma forma de ajudar o dia a dia de outras mães e pais e, ainda, empreender nessa área”, diz.