Trabalho informal
Pesquisa revela que mais da metade dos ambulantes, da Avenida Get?lio Vargas, est?o fora do mercado
formal por
falta de qualifica??o
S?lvia Zoche
30/06/04
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A economista M?rcia Medeiros fala que os trabalhadores informais est?o
nesta ?rea por necessidade. E o diretor da Divis?o de Licenciamento, Elias
Bittar, diz que n?o ? poss?vel fornecer mais licen?as
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O desemprego ? o fator principal para a exist?ncia de tantos ambulantes em Juiz de Fora.
S?o 562 trabalhadores licenciados, sem contar os que est?o fora da lei.
Atrav?s de pesquisa sobre trabalho informal, feita com mais de 90 ambulantes
na Avenida Get?lio Vargas, a aluna orientada pela
economista e coordenadora, M?rcia Rezende de Medeiros Motta, chegou a algumas
conclus?es:
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Mais da metade est?o na informalidade devido ao desemprego
A maioria deseja voltar ao trabalho com carteira assinada
Em geral, os ambulantes n?o completaram o Ensino Fundamental
A maioria dos trabalhadores s?o homens
A idade varia entre 25 anos e 35 anos
A m?dia de filhos ? de tr?s por trabalhador
A renda mensal varia de 1 sal?rio a 3 sal?rios m?nimos
Os que disseram ter filhos, n?o s?o casados
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Vantagens e desvantagens
A economista, M?rcia Medeiros (foto ao lado),
diz que os benef?cios do trabalho
informal s?o a curto prazo. "Existe uma redu??o, por pouco tempo, do n?vel de
pobreza e da viol?ncia", diz.
Mas nessa ?rea, todo benef?cio vem acompanhado de uma desvantagem.
Como a maioria quer voltar ao trabalho
formal, o sentimento de insatisfa??o surge com o tempo. "Praticamente nenhum
paga Previd?ncia, ningu?m tem f?rias, 13? sal?rio ou aposentadoria. E
ainda tem que sustentar uma fam?lia com no m?nimo tr?s pessoas", conclui
M?rcia.
Para os consumidores, a vantagem em comprar mercadoria de camel? ? o pre?o
dos produtos que, normalmente, sai mais em conta do que em uma loja. A
desvantagem
? que ambulante n?o entrega cupom fiscal e nem d? garantia do produto.
J? para os comerciantes, M?rcia n?o v? vantagem alguma e diz que ? uma concorr?ncia
desigual.
"O empres?rio registrado formalmente tem os custos fixos, como
telefone, aluguel da loja, ICMS, funcion?rios... O comerciante tem que jogar
estes custo no pre?o final do produto. J? o informal, tem gasto com viagem para
compra das mercadorias, mais a taxa que a prefeitura cobra anualmente dos
licenciados", compara a economista.
Segundo o diretor de da Divis?o de Controle de Fiscaliza??o, S?rgio
Coelho (foto ao lado) o lado positivo ? o aspecto social.
"? certo que o aumento do
desemprego, aumenta o n?mero de ambulantes, mas pelo menos estas pessoas t?m
um dinheiro para o seu sustento. A fun??o da Prefeitura ? fiscalizar e n?o
deixar que se alastre a quantidade de ambulantes n?o credenciados", explica
S?rgio Coelho.
Padr?o ambulante
Em Juiz de Fora foi instaurada a Lei 10000/01 - 09/05/2001. Mesmo
que a pessoa necessite trabalhar como ambulante, ela n?o ir? conseguir uma
licen?a. ? o que afirma o
diretor da Divis?o de Licenciamento de Atividades Urbanas, Elias Bittar
Netto (foto abaixo).
"Ainda t?m pessoas que pegam protocolo para pedido de licen?a,
mas enquanto a Prefeitura n?o abrir um novo ponto para camel?s, n?o podemos
licenciar mais ningu?m", diz.
As barracas com licen?a t?m um padr?o de cor (bege) e de
tamanho:
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1,20m x 0,80m (produtos diversos)
1,80m x 0,80m (produtos aliment?cios)
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Outra forma de identifica??o ? feita atrav?s de crach?s e bon?s que os camel?s
devem usar. Apesar da obriga??o, Netto diz n?o ver os ambulantes usando.
Necessidade de qualifica??o
Para Netto, o trabalho informal ? a alternativa para um pa?s e uma cidade
que se encontram em crise.
Mas M?rcia lembra que, apesar da Prefeitura arrecadar anualmente uma taxa dos
n?o ? a mesma coisa do que arrecadar o ICMS. "A Prefeitura fica
em desvantagem", diz.
Para a economista, a Prefeitura e o Estado dever?am
qualificar este trabalhador ambulante. "O desemprego
estrutural, se deve ? falta de qualifica??o do trabalhador e como
existe uma grande oferta de m?o-de-obra, fica complicado atender a todos", diz.
caracter?stico em Juiz de Fora,
Outro fator importante seria reduzir a carga tribut?ria sobre micro e
pequenas empresas. "Sei que isto ? uma responsabilidade do Estado. E o
problema do trabalho informal n?o ? municipal. Sabemos que as micro e
pequenas empresas s?o as que mais geram emprego no pa?s", conclui M?rcia.
Enquanto n?o surge um trabalho informal, os camel?s se espalham pela cidade,
mesmo sem a permiss?o para montar uma barraca de ambulante.