Nome do Colunista Leon Cleveland 27/06/2015

Batman: Arkham Knight, ou, Batman: Mais ou Menos

batmanBom, confesso que Batman: Arkham Knight é a primeira grande decepção de 2015. Não decepção porque o jogo é ruim ou fraco. Na verdade, ele falhou comigo porque... bom, é um jogo bem mais ou menos. Gostaria de fazer uma grande introdução, dar uma floreada no Batman (herói que não gosto tanto, mas AMO o universo dele, como os vilões e os personagens de apoio) e dizer várias coisas para, quem sabe, tentar ganhar um tempinho... mas não dá. É um jogo bem mais ou menos.

Ainda bem que ele manteve o que deu certo. O combate continua fluído e interessante (apesar da movimentação que eu nunca vou deixar de achar esquisita) e demonstra o quão o morcegão é potente perto de seres humanos "normais". Quinze pessoas contra o Batman? Quinze pessoas no chão. É bem assim. O mais legal é que o jogo te impulsiona a tomar algumas decisões baseadas na forma como você vê o Batman. Uma situação recorrente são ataques furtivos. Você pode fazer isso, digamos, estourando uma janela e pegar todo mundo no braço ou pode fazer isso silenciosamente, sem chamar a atenção de outros inimigos.

Outro aspecto do gameplay que ficou bastante fiel ao Cavaleiro das Trevas é versatilidade de Wayne. Batmerangue (controlável ou não), Gel Explosivo, Corda Retrátil e mais formas inteligentes de fazer o jogador utilizar esses apetrechos. A grande inovação fica por conta do Batmóvel, que permite uma forma completamente nova e diferente de explorar Gotham. Mas, aí, aparecem problemas, como a constante e chata maneira do jogo forçar o Batmóvel em cada canto. Ok, o Batmóvel é legal, mas os puzzles com ele são bem bolados, mas desnecessários e chatos. Diacho, até tanques de guerra colocaram para tentar justificar o Batmóvel em lugares que, pessoalmente, acho desnecessário. Mas nem tudo está perdido.

Alguns puzzles são bem geniais e conseguem animar, como por exemplo, quando você tem que usar o Bat-Scanner para achar defeitos no corpo de uma vítima, morta, para identifica-la no seu banco de dados. Mais ou menos? Mais ou menos.

Os gráficos estão animais. Sério mesmo. O jogo me deixou embasbacado por algumas horas, enquanto eu planava com o homem-morcego pela chuvosa e escura Gotham City. Os efeitos de luz e o reflexo dela na água são para deixar qualquer um doido, principalmente na capa do Batman, enquanto ele plana, onde é possível ver cada gotinha de água que aparece lá. Se você não se convence com água, dê uma boa olhada no Batmóvel, especialmente quando você dá uma derrapada com ele, e perceba os freios esquentando na medida em que você freia o carro. Melhor que isso: admire o Batmóvel. Um dos melhores gráficos desse ano, disparado. Aliás, não só os gráficos, mas todo o design do jogo é muito, muito bom. Dos menus aos personagens, tudo bem legal.

Mas dublagem é bem fraquinha. Boas escolhas para Jim e Barbara Gordon e Robin, mas, Minha Nossa Senhora da Dublagem, a voz do Batman ficou MUITO destoante do que eu esperava. Mesmo na dublagem em inglês. Mais ou menos? Mais ou menos.

Agora, a história é o ponto que mais "mais ou menos" do game. As duas partes principais: impedir a Toxina do Medo do Espantalho e desmascarar o vilão que dá nome ao jogo, O Cavaleiro de Arkahm, são EXTREMAMENTE previsíveis e nada, nada emocionantes. A história tem lá seus momentos de surpresa e prisão de fôlego, mas não é nada demais. Ou seja, é mais ou menos.

Mas ainda assim não deixo de recomendar. O jogo é de fácil acesso e está totalmente adaptado ao português: Dublado e Legendado. Então, se você é fã do Cavaleiro das Trevas, corra atrás desse episódio fantástico da série Arkham dos games. Se você não é fã ou não jogou os outros games da série, vale a pena pela curiosidade. Não entendam mal: Arkham Knight não é um jogo ruim, é apenas mais ou menos.

Batman: Arkham Knight foi desenvolvido pela Rocksteady e distribuído pela WB Games. Aqui no Brasil, é distribuído pela WB Games do Brasil.


Leon Cleveland é formado em Comunicação Social pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. É fã de desenhos animados, mitologias, heavy metal, culinária, gastronomia, bacon e é completamente apaixonado por games. Tão apaixonado que sua Tese de Conclusão de Curso foi "O uso da Linguagem Cinematográfica nos Games". Já escreveu para várias publicações, analógicas e digitais, sobre o assunto e planeja se especializar na recente área de "Crítica de Videogames".

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