Crise altera hábitos de consumo do juizforano
* Colaboração
09/01/2009
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Em tempos de crise mundial, é difícil sair ileso e manter o volume das despesas e os tradicionais
hábitos de consumo. Questionada sobre suas preferências
na hora de reduzir os gastos, a gerente de atendimento Lúcia Helena
Fortini descomplica.
"Quando preciso economizar, corto logo a manicure e o cabeleireiro e deixo pra fazer em casa as unhas e a escova".
Para não deixar de fazer o que gosta, Lúcia busca alternativas econômicas.
"Antes de sair, sempre combino uma concentração em casa. Reunir os amigos e comprar as bebidas em um mercado sai muito mais barato do que ir para algum bar".
Para sair do vermelho, a operadora de caixa Regina Sousa, de 44 anos, também prefere improvisar as unhas e o
cabelo em casa. "Na verdade, vamos ao salão de beleza porque é mais cômodo. Se precisar, paro de pagar manicure e cabeleireiro
e faço sozinha", comenta.
"Em tempos de crise, eu paro de ir ao salão e vou fazendo tudo em casa. A gente precisa cortar o que é supérfluo. Também
reduzo gastos com o telefone". Regina Souza, operadora de caixa.
Já a advogada Fátima Azevedo, de 48 anos, prefere economizar nas compras. "Gosto muito de comprar roupas, e
acho que se precisasse reduzir meus gastos faria menos compras", declara.
Tendência
As escolhas feitas por Lúcia e Fátima se enquadram no perfil do consumidor médio, de acordo com o economista Evandro
Camargos Teixeira. "Quem não tem filhos, geralmente, tem um gasto individual elevado e por isso tende a economizar
cortando os gastos pessoais".
Segundo ele, o comércio é o setor mais prejudicado nessa época do ano. "Como em dezembro as
pessoas fazem muitas compras, os primeiros meses do ano costumam ser fracos para o comércio por conta das dívidas"
, explica.
Apesar disso, Evandro acredita que o período é lucrativo para os setores de lazer e turismo. "Nas férias, mesmo quem está
apertado acaba reservando um pouco de dinheiro para fazer viagens e para investir em lazer."
Nesse sentido, o advogado Marco Antônio Bastos, de 47 anos, foge à regra. "Os primeiros cortes são com TV à
cabo e com as viagens. "Também fujo das liquidações para evitar a compra por impulso"
, afirma. O empresário Alfredo
Freitas, de 55 anos, também opta por ficar sem TV a cabo em uma crise financeira. "Abro mão dos supérfluos. Diminuo o
uso do telefone, cancelo a TV a cabo e economizo nas saídas"
.
A economia nas contas da casa, - como luz, água, energia elétrica e telefone - é a escolha da Fonoaudióloga Ana Elisa de
Paula Riolino, de 24 anos, da fisioterapeuta Patrícia Cardoso, de 33 anos e da recreadora
Monalisa Assunção da Silva. "A primeira coisa a fazer é reduzir os gastos da casa. Somente a partir daí é que eu vou
avaliar o que mais preciso cortar"
, diz Ana Elisa.
"Em primeiro lugar, escolho fazer economia em todas as contas de casa, para evitar muitas alterações na minha rotina. Mas,
se precisar, eu corto a compra de roupas e deixo de frequentar manicure e cabeleireiro, passo a fazer em casa".
Patrícia Cardoso, fonoaudióloga.
Evandro explica que a opção de priorizar o consumo coletivo reflete outro perfil de consumidores. "Quem tem família tende a
minimizar os gastos da casa para evitar grandes impactos no cotidiano. No caso das pessoas solteiras e dos jovens, a economia
costuma ser feita nas saídas para bares e boates aos finais de semana". Como acontece com o estudante de direito Edmundo
Gouvêa, de 28 anos, e com o frentista Felício Deoti Ladeira.
"Corto sempre as coisas que considero
de menor importância, como as baladas. Também procuro falar menos ao telefone", alega Felício.
"Acho mais fácil abrir mão do lazer e economizar em vestuário. Como eu sou estudante, não posso economizar na minha
formação". Edmundo Gouvêa, estudante.
* Patrícia Rossini é estudante de Comunicação Social da UFJF