Número de cirurgias para implantação de silicone aumenta 30% em um ano

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Número de cirurgias para implantação de silicone aumenta 30% em um anoAntes, a procura era pelas prótese entre 130 e 150 mililitros. Atualmente, as mulheres optam por peças que variam de 280 a 300 mililitros

Aline Furtado
Repórter
15/12/2011

A procura por cirurgias para colocação de silicone nas mamas apresentou aumento na procura equivalente a 30% neste último ano. "Antes, a lipoaspiração estava no topo do ranking das cirurgias estéticas. Hoje, o aumento dos seios por meio da colocação de silicone está equiparado à lipo. E o crescimento tem sido progressivo", destaca o cirurgião plástico, Marilho Dornelas.

Além da implantação do silicone nos seios, é comum a procura para colocação na região glútea e no queixo, chamado de mento. Assim como a procura pela cirurgia cresceu, aumentou, também, o volume das próteses.

"Antes, a busca era pelas próteses entre 130 e 150 mililitros. Atualmente, as mulheres optam por peças que variam de 280 a 300 mililitros. Contudo, é preciso que haja bom senso." Para isso, antes da colocação, a mulher passa por um exame onde é realizada a medição do tórax, a fim de verificar o que é mais adequado. "As próteses podem ser encontradas em diferentes formas, como gota, arredondadas, ovais, além das que projetam a mama para frente com certa intensidade."

Segundo o médico, além dos formatos, próteses são encontradas em diferentes materiais. "Entre os revestimentos, pode-se encontrar lisos, de poliuretano e texturizados. As lisas não são muito usadas em casos estéticos, são mais utilizadas em reconstruções mamárias. Já a opção pelo poliuretano ou pelo texturizado varia de acordo com a opção do cirurgião."

Mitos

Conforme Dornelas, o uso de silicone carrega muitos mitos. Um deles diz respeito à migração da prótese no interior do organismo. "Recentemente, circulou uma matéria sobre uma mulher que, ao praticar pilates, 'perdeu' o silicone em seu corpo. Mas esse risco não existe. Nesse caso, tratava-se de uma mulher que havia retirado a mama devido a um câncer. Com isso, foi retirado, junto à mama, o músculo peitoral. Além do mais, ela já havia passado por uma cirurgia cardíaca, o que provocou o afastamento de costelas. Isso tudo facilitou a pressão interna durante a prática do pilates, fazendo com que a prótese fosse 'sugada'."

Outro mito diz respeito à validade da prótese. De acordo com o médico, antigamente, o tempo de duração era de dez anos. Isso porque havia uma implicação jurídica, já que a data referia-se à responsabilidade do fabricante sobre o produto. Hoje não tem mais isso." Outra situação muito questionada refere-se à amamentação. "Não há qualquer implicação ou relação entre o silicone e a amamentação. A prótese apenas projeta a mama para frente, não prejudicando os dutos lactíferos, ou seja, as glândulas ficam atrás da prótese."

Idade

Com relação à idade, Dornelas afirma não haver limite máximo. "Há pacientes de 70 anos que chegam ao consultório para implantação de silicone." Já a idade mínima varia de acordo com alguns requisitos. "É preciso que haja liberação do ginecologista ou do mastologista, além de ser necessário que a adolescente já tenha menstruado e apresente ciclo regular."

Pré e pós

Há possibilidade de rejeição das próteses. Contudo, com a evolução dos materiais usados, o risco acaba sendo menor. "Por isso o pré-operatório é importante, a fim de que sejam realizados exames e verificado o risco cirúrgico." Já quanto ao pós-operatório, o médico afirma que, com o passar do tempo, os cuidados e o período de afastamento da rotina estão cada vez menores. "A evolução da medicina permitiu tais melhorias. Hoje, a mulher pode voltar à rotina entre sete e dez dias após o processo cirúrgico."

Acesso

Assim como os avanços da medicina contribuíram para a aceleração do pós-operatório, o aumento do número de fabricantes fez com que o preço das próteses caísse. "Antes, os valores variavam de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Hoje é possível encontrar próteses de R$ 1 mil. O material, que ates era fabricado por uma empresa americana e uma nacional, atualmente é produzido por cerca de 12 fabricantes. O baixo custo acaba fazendo com que grande parte da população tenha acesso à cirurgia."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken