Produtores rurais podem incrementar seus negócios com o uso da inseminação artificial

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Produtores rurais podem incrementar seus negócios com o uso da inseminação artificial Implantação de núcleos de Inseminação Artificial vai fomentar o uso da técnica na região. Procedimento traz ganhos na produtividade e na eficiência reprodutiva

Daniele Gruppi
Subeditora
14/1/2011

Produtores rurais de Juiz de Fora e região que quiserem utilizar a técnica da inseminação artificial em suas propriedades receberão apoio por meio da implantação dos núcleos de Inseminação Artificial. O projeto, que conta com a parceria da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA) e de uma empresa do ramo, tem como objetivo fomentar o procedimento, considerado o melhor e mais barato instrumento de melhoramento genético de rebanho.

Segundo o secretário da SAA, Airdem Gonçalves de Assis, a SAA vai doar 500 doses de sêmen e a empresa parceira vai doar o nitrogênio líquido, que ajuda na conservação do sêmen, e ainda vai colaborar na capacitação dos profissionais. As Associações dos Produtores Rurais deverão comprar o botijão para armazenar o material. "O botijão será adquirido a preço de custo, R$ 1.400, e poderá ser parcelado de dez vezes." A SAA vai investir R$ 8 mil em sêmen.

Cada Associação de Produtores Rurais, que conta com cerca de 30 a 40 integrantes, formará um núcleo, que disponibilizará o sêmen, doado pela SAA. Atualmente, são nove associações, mas nada impede que uma entidade tenha mais de um núcleo.

De acordo com Airdem, está sendo feito um levantamento para identificar os produtores interessados em participar do projeto. "A expectativa é de que até 15 de fevereiro tenhamos concluído esse levantamento. Entretanto, devemos trabalhar durante todo o primeiro semestre a implantação do núcleo de Inseminação Artificial." A previsão é de que 300 fazendeiros façam parte desse projeto.

Para Airdem, a inseminação artificial representa ganhos na produtividade e na eficiência reprodutiva. Além disso, o procedimento traz benefícios no controle de doenças, no cruzamento, na prevenção de acidentes, no uso de touros incapacitados e no aumento do número de descendentes de touros melhoradores. A padronização do rebanho, o uso de touros após a morte e a redução da dificuldade de partos são outras vantagens apontadas.

Acesso à tecnologia

O coordenador do projeto de Inseminação Artificial dentro das Associações de Produtores Rurais e diretor do Departamento de Fomento Agropecuário da SAA, Eduardo Dutra Ferreira, afirma que a importância do projeto é levar ao pequeno produtor o acesso à tecnologia. Ele ressalta, também, a expectativa de alavancar a qualidade genética do rebanho da região. "Juiz de Fora já é considerado um centro de referência em genética. No último leilão realizado na cidade, tivemos compradores de gados de onze Estados."

Experiência

O produtor rural Murilo Mostaro de Oliveira há 15 anos utiliza a técnica da inseminação artificial em sua propriedade. "Se não tivesse adotado a prática já tinha parado com essa atividade. Percebi que ou partia para utilizar uma tecnologia avançada que me possibilitaria melhorar meu rendimento mais rapidamente ou ia ficar muito difícil continuar."

Murilo conta que comprar gado de boa qualidade é complicado e caro. "Com a inseminação, você consegue dar um salto de dez anos em apenas um. Antes de começar a fazer o procedimento, tirava cinco quilos de leite por vaca, hoje, consigo tirar 20 quilos."

Ele afirma que ainda existe um pouco de resistência dos produtores em adotar a prática. "É trabalhoso e a mão de obra na roça não é qualificada, mas é a salvação para o produtor que quer atuar com a pecuária leiteira."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken