Estudantes farão vigília na escola onde professora foi morta, em SP

Por CRISTINA CAMARGO

Elisabeth Tenreiro, 71 anos, professora morta por aluno em ataque escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia em São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Entidades estudantis farão na manhã desta terça-feira (28) uma vigília por segurança e paz em frente à escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, onde um adolescente de 13 anos matou a professora Elisabeth Tenreiro, 71, e feriu outras cinco pessoas na segunda-feira (27).

Os manifestantes vão usar roupas brancas e dizem que a intenção é demonstrar solidariedade à comunidade e pedir escolas sem violência.

A vigília começa às 9h e é organizada pela Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e pela Umes (União Municipal dos Estudantes Secundarista).

"Nada do que acontece em ambiente escolar está deslocado da realidade. A cultura do ódio, da violência e da intolerância começa fora das salas de aula e dos muros das escolas", disse a presidente da Ubes, Jade Beatriz.

Ao falar sobre o ataque desta segunda, a líder estudantil citou avaliação feita por professores sobre o aumento da violência no retorno às aulas presenciais, após o período de ensino remoto por causa da pandemia.

As consequências psicológicas da pandemia e o agravamento da vulnerabilidade das famílias estariam entre as causas.

Além disso, a Ubes cobra treinamento adequado para que os professores possam lidar com casos de violência nas escolas.

O adolescente apreendido pelo ataque na escola Thomazia Montoro demonstrou frieza ao falar sobre o caso, segundo o delegado responsável pela investigação do caso. O jovem prestou depoimento no 34º Distrito Policial.

"Ele [o autor do ataque] passou todas as informações de forma pormenorizada, ele admitiu os fatos. E as imagens são fortes", disse o delegado Marcos Vinicius Reis. "Ele foi frio, não demonstrou muita emoção e admitiu, confessou, na presença da advogada, na presença dos pais."

A motivação do crime ainda está sendo investigada. Para determiná-la, a polícia deve tentar saber mais sobre as brigas que foram relatadas, analisar o bilhete que o adolescente deixou em casa e suas postagens online.

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