Justiça condena 13 integrantes de facção ligada ao Terceiro Comando Puro em Minas
Penas chegam a 22 anos; investigação bloqueou R$ 345 milhões e apreendeu armas, drogas e veículos em dez estados.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), obteve a condenação de 13 integrantes de uma organização criminosa vinculada ao Terceiro Comando Puro (TCP), incluindo o líder local da facção. A decisão foi proferida pela 5ª Vara de Tóxicos, Organizações Criminosas e Lavagem de Bens e Valores de Belo Horizonte.
Os réus foram sentenciados por tráfico interestadual de drogas, organização criminosa armada e lavagem de dinheiro. As penas variam entre cinco anos e quatro meses e 22 anos, oito meses e seis dias de reclusão, além de multas. A Justiça determinou ainda a manutenção da prisão preventiva dos condenados e o perdimento de veículos, um imóvel e valores bloqueados em contas bancárias.
A decisão decorre de uma investigação de dois anos e da Operação Êxodo, deflagrada em 27 de novembro de 2024. A ação cumpriu 106 mandados em Minas Gerais e outros estados, além de sequestrar bens e valores que somam aproximadamente R$ 345 milhões. Empresas ligadas ao esquema tiveram atividades suspensas em cidades como Belo Horizonte, Contagem, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Praia Grande, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, Paranaíba, Sinop e Britânia.
Segundo o Gaeco, a organização criminosa atuava no tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e lavagem de capitais. O grupo também explorava atividades legais para encobrir os lucros ilícitos, incluindo fornecimento de internet e gás. A apuração identificou empresas fictícias sem funcionários e que não declaravam tributos, criadas exclusivamente para ocultar movimentações financeiras.
Durante a operação, foram cumpridos 79 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão, além de ordens judiciais em presídios de Minas e do Rio de Janeiro. Três alvos estão foragidos.
Foram apreendidos 188 tabletes de maconha, um fuzil calibre 5.56, oito pistolas em Minas, duas pistolas no Rio, dois revólveres calibre 38, dois veículos, celulares e 1.589 munições de diversos calibres. Parte da alta cúpula da facção em Minas foi presa, incluindo um dos líderes localizado no Rio de Janeiro.
A denúncia, apresentada em 23 de dezembro de 2024 contra 36 pessoas, foi desmembrada para acelerar a análise judicial de 14 réus.
Para o Gaeco, as condenações representam um duro golpe contra o TCP e reforçam o compromisso do Ministério Público no combate ao crime organizado e na proteção da sociedade.