Mulher arrastada e atropelada em SP é transferida de hospital após melhora

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Tainara Souza Santos, que teve as pernas amputadas após ser atropelada e arrastada em São Paulo, foi transferida para o Hospital das Clínicas ao apresentar melhora no quadro de saúde.

A mudança de hospital ocorreu na noite de ontem. A informação foi confirmada nesta manhã pelo Hospital das Clínicas, que fica na região central da capital paulista, ao UOL.

Desde sábado (29), ela estava no Hospital Municipal Vereador José Storopolli, o Vermelhinho, na zona norte. No local, ela realizou três cirurgias e colocou pinos de sustentação em sua bacia.

Vítima saiu do coma induzido ontem. De acordo com o advogado da família dela, Wilson Zaska, Tainara continuava sedada, mas já respondendo a alguns estímulos.

A mulher teria respondido a mãe dela com apertos de mão. Familiares informaram que, ao ser questionada se os ouvia, Tainara fez sinal positivo com um aperto e teria mantido um breve diálogo dessa forma.

COMO FOI A AGRESSÃO

Douglas Alves da Silva, 26, atropelou Tainara na saída de um bar no sábado. Imagens registraram o momento em que ela foi arrastada pela avenida Morvan Dias de Figueiredo até a rua Manguari, próximo à Marginal Tietê. O irmão contou ao UOL que Tainara mora na região.

Após o crime, Douglas fugiu, mas acabou preso na noite de domingo (31). Testemunhas relataram à polícia que ele conhecia Tainara e que os dois teriam discutido no bar momentos antes, conforme o boletim de ocorrência.

Testemunha afirmou que o suspeito puxou o freio de mão do carro para aumentar o atrito e causar mais ferimentos. Outras pessoas tentaram intervir, mas o motorista acelerou. A Polícia Civil investiga o caso como tentativa de feminicídio. A ocorrência foi registrada no 73º DP (Jaçanã).

'QUIS DAR UM SUSTO'

Em depoimento, Douglas disse que seu amigo se desentendeu com o homem com quem a vítima estava, informou o delegado Augusto Bícego. O suspeito afirmou que interveio na discussão entre os dois e tomou uma garrafada no rosto, e que depois ele saiu de carro com o amigo, chamado de Kauan.

Momentos depois, ele afirmou que viu a vítima caminhando com o homem e decidiu "dar um susto" no casal. Segundo Douglas, Tainara se "projetou" contra o carro e foi atropelada. O advogado de Kauan, Matheus Lucena, negou a versão do interrogado, a classificando como "fantasiosa e exculpatória".

Suspeito também disse que percorreu mais de 1 km com a vítima presa ao veículo porque o som do carro estava alto. Ao ser questionado sobre ter arrastado a mulher, voltou a citar o volume do som e afirmou que os vidros do carro estavam fechados.

Amigo disse que Douglas tinha histórico de relacionamento com a vítima. Ao UOL, o delegado comentou que o amigo dele já conhecia a vítima.

Suspeito teria histórico de relacionamento com Tainara e ficou "enfurecido", ao vê-la com outro homem, segundo o delegado. O amigo de Douglas afirmou à polícia que ele não gostou de ter visto Tainara acompanhada.

Defesa de Douglas alega que a informação de que o crime foi cometido por ciúmes é "totalmente infundada". Em nota enviada ao UOL, o advogado Marcos Tavares Leal disse que Douglas "jamais manteve relacionamento com a vítima" e que o homem não reagiu à prisão, como informado pela polícia. Douglas "se encontrava desarmado e dormindo no quarto de hotel aguardando a chegada de seu advogado para se apresentar a Justiça" quando foi preso, afirmou.