Soldado confessa feminicídio em setor militar do DF, diz Polícia Civil

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O corpo encontrado na sexta-feira (5) após o fim do incêndio que atingiu uma área do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, do Exército, no Distrito Federal, é da cabo Maria de Lourdes Freire Matos. Segundo a Polícia Civil, um soldado de 21 anos foi detido em flagrante e confessou ter matado a militar e provocado o incêndio na sequência.

Cabo do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas foi encontrada morta após incêndio em unidade do Exército em Brasília. A mulher identificada é Maria de Lourdes Freire Matos, e 25 anos de idade, musicista da fanfarra, banda do regimento.

Soldado, de 21 anos de idade, confessou assassinato. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, um soldado cujo nome não foi revelado teria matado a militar e, na sequência, ateado fogo no local.

Segundo boletim de ocorrência do 2º Distrito de Polícia do Distrito Federal, com a investigação em andamento, foi possível constatar os crimes de feminicídio, furto de arma de fogo, incêndio, fraude processual.

Soldado confessou que discussão começou por cobranças da vítima. Agressor teria tomado posse de uma faca militar padrão e desferido golpe profundo no pescoço da vítima.

Após o crime, soldado iniciou incêndio. Para isso, utilizou álcool e um isqueiro que estava em seu bolso. Depois disso, ele recolheu seus pertences e saiu do local, em direção a sua cidade.

Em postagem no perfil em rede social, o regimento prestou homenagem à militar assassinada. A página do Instagram da corporação diz: "O 1º Regimento de Cavalaria de Guardas manifesta profundo pesar pelo falecimento da cabo Maria de Lourdes Freire Matos, cuja trajetória na Instituição foi marcada por dedicação, profissionalismo e um compromisso exemplar com o serviço prestado na fanfarra. Neste momento de dor, expressamos nossas mais sinceras condolências aos familiares, amigos e irmãos de farda".

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 - Central de Atendimento à Mulher -e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

A violência sexual contra a mulher no Brasil

No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.