Especialista orienta consumidores a evitar endividamento nas compras de fim de ano
Planejamento, limite de gastos e uso consciente do 13º salário são estratégias essenciais para começar 2026 no azul.
Com a chegada de dezembro e o aumento natural das compras e comemorações, cresce também a necessidade de atenção redobrada ao orçamento. Definir limites, organizar despesas e planejar o uso do dinheiro são atitudes que ajudam a aproveitar o período sem comprometer o início do próximo ano.
É o que reforça o professor dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Estácio, Jean Seidler. Para ele, o caminho mais seguro começa antes mesmo da primeira compra. “O consumidor precisa definir antes de qualquer compra quanto realmente pode gastar”, orienta. O ideal é calcular o valor disponível após o pagamento das despesas fixas, como água, luz, aluguel, escola e financiamentos, e transformar esse montante no teto das compras de fim de ano. Dividir esse limite entre presentes, ceia e possíveis viagens ajuda a evitar surpresas desagradáveis em janeiro.
Seidler também destaca mudanças nas tendências de consumo deste Natal, como compras antecipadas durante a Black Friday, busca por preços mais baixos e preferência por itens úteis. Ele recomenda pesquisar valores, observar kits promocionais e aproveitar programas de cashback para economizar sem fugir do planejamento.
O especialista alerta para um dos principais riscos do período, o acúmulo de dívidas logo no início do ano. Embora o cartão de crédito facilite as compras, ele pode mascarar o impacto real dos gastos. Por isso, o parcelamento só deve ser utilizado quando as parcelas cabem no orçamento mensal. “O cartão deve ser uma ferramenta de pagamento e não um complemento da renda”, ressalta.
Outro ponto importante é o uso do 13º salário. A orientação é dar prioridade às dívidas com juros altos, especialmente as do cartão de crédito, reservar uma parte para emergências e destinar apenas o restante para as despesas natalinas. Uma proporção prática sugerida é: 50% para dívidas, 30% para reserva e 20% para compras de fim de ano, sempre considerando a realidade de cada família.
Para aproveitar promoções de forma consciente, Seidler aconselha que o consumidor pesquise preços e compre apenas o que já estava planejado. A técnica de esperar 24 horas antes de adquirir itens não essenciais pode ajudar a evitar compras por impulso.
Assim que janeiro começa, o ideal é revisar todos os gastos de dezembro e reorganizar o orçamento. Caso tenha havido excessos, cortar despesas não essenciais por algumas semanas auxilia na recuperação financeira. Segundo o professor, esse ajuste rápido impede que os exageros do fim de ano se transformem em um problema prolongado ao longo de 2026.