Sem energia há mais de 24 horas, moradores de Pinheiros recorrem a padarias para trabalhar
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sem energia elétrica há mais de 24 horas e sem previsão de reestabelecimento do serviço, moradores de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, têm usado padarias e restaurantes para conseguir trabalhar.
Em uma padaria na rua Cristiano Viana, todas as mesas estavam ocupadas na manhã desta quinta-feira (11) com pessoas carregando os notebooks e celulares. Eles moram em ruas próximas que estão sem energia desde a manhã de quarta (10) quando fortes ventos causaram a queda de árvores.
A relações públicas Amanda Nique, 30, conta que não consegue trabalhar e nem preparar refeições em casa, já que seu apartamento tem fogão elétrico. "A gente depende completamente de energia para fazer tudo. Tudo em casa é elétrico, chuveiro, geladeira, fogão."
Ela não pode nem mesmo ir para o escritório onde trabalha, na avenida Faria Lima, já que lá também estava sem energia.
A empresária Alda Monteiro, 46, também se programou para passar todo o dia na padaria para conseguir trabalhar. Ela conta que, além da energia, o sinal de internet móvel também não está funcionando na região.
"A internet não funciona no celular, tem horas que a rede fica instável e em outras não funciona nada. Aqui na padaria pelo menos consigo usar as tomadas pra recarregar os aparelhos e também tem wifi."
Ela mora no 18° andar de um prédio na região e também não tem fogão a gás, por isso, não consegue nem mesmo fazer as refeições em casa.
As estudantes Carolina Salha, 22, e Nina Mascaro, 22, também estão sem energia há mais de um dia e foram para o IMS (Instituto Moreira Sales) para conseguir carregar os celulares e terminar os trabalhos da faculdade.
"Hoje foi dia de banho gelado, economizar bateria do celular e sair de casa pra conseguir trabalhar. O pior é não saber quando isso vai acabar", conta Carolina.
Renato Cavalcante, 58, é zelador de um prédio na rua Alves Guimarães e conta que até mesmo os sistemas de segurança ficam inoperantes sem energia. Por isso, ele tem que ficar o dia todo na frente do prédio para abrir os portões para os moradores.
"Não funciona nada, tem que ser tudo na mão. O pior é que aqui já é um bairro perigoso, então, a gente tem essa preocupação extra. Falta energia e a gente ainda tem medo da violência."
