No escuro há mais de 24 horas, comerciantes do Ceagesp calculam prejuízos
SÃO PAULO, SP (FOLHPRESS) - A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), maior central de abastecimento de alimentos agrícolas do Brasil, está no escuro há mais de 24 horas. Sem refrigeração adequada, mercadorias apodrecem.
O endereço é um dos milhões afetados pelo desabastecimento na capital, provocado por fortes ventos que danificaram a rede elétrica. A Enel, concessionária responsável pela distribuição, não dá prazo para resolução do problema.
Segundo a empresa, "em algumas localidades, o restabelecimento é mais complexo, porque envolve a reconstrução completa da rede, com substituição de postes, transformadores e, por vezes, recondução de quilômetros de cabos."
Dos milhares de comerciantes da Ceagesp, alguns poucos conseguem driblar a situação com geradores próprios. A maioria só pode aguardar a normalização do sistema. Cada hora sem luz pode significar centenas de reais perdidos.
Segundo a assessoria do espaço, ainda não é possível quantificar os prejuízos, mas a apreensão dos vendedores ajuda a dimensionar os estragos. Em contato com a reportagem, alguns deles disseram já ter perdido um mês de produtos e temer que novos descartes aconteçam em breve.
Um dia após a passagem do ciclone extratropical que atingiu o estado de São Paulo, a região metropolitana da capital paulista ainda convive nesta quinta-feira (11) com os estragos causados pelos vendavais que atingiram quase 100 km/h.
Além de centenas de milhares de pessoas que seguem sem luz, também há registros de falta de água em diversos bairros da cidade. Os aeroportos de Congonhas e de Guarulhos também enfrentam dificuldades, com centenas de voos atrasados ou adiados.
Mais de 1,2 milhão de clientes na Grande São Paulo seguem sem energia até o ínício da noite desta quinta --muitos já estão há mais de 24 horas nessa situação. No pico, na quarta (10), o apagão atingiu 2,2 milhões de imóveis. Outros 300 mil passaram a ter problemas de abastecimento nesta quinta.
As rajadas de vento que atingiram a região, de até 98 km/h, derrubaram árvores e lançaram galhos e outros objetos sobre a rede elétrica, causando a falta de energia.
A Enel afirma que trechos inteiros da rede foram danificados, o que impacta o fornecimento de energia. A empresa afirma ter mobilizado equipes desde o início dos registros de falta de luz e "desde ontem até as 5h de hoje [quinta], mais de 500 mil clientes afetados tiveram o fornecimento normalizado".
A concessionária ainda afirma ter disponibilizado geradores para atender casos mais críticos.
