Dois dias após ciclone, São Paulo ainda tem mais de 800 mil imóveis sem energia

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois dias após o início do apagão causado pela passagem de um ciclone extratropical, mais de 800 mil imóveis ainda enfrentam a falta de energia elétrica no estado de São Paulo na madrugada desta sexta-feira (12).

No quinto apagão a atingir a capital paulista e a região metropolitana em pouco mais de dois anos, desde novembro de 2023, o número total de afetados é de 823.365 nas primeiras horas desta sexta.

Na capital, a falha atinge 592.386 clientes, que reclamam da demora da Enel para retomar o fornecimento. Questionada, a concessionária não deu uma previsão de quando o serviço será restabelecido totalmente.

"Para atender situações prioritárias, a companhia conta com 700 geradores. Reforçamos que seguiremos trabalhando até restabelecer a energia para todos os clientes afetados pelos efeitos do ciclone", diz nota da empresa.

A Enel diz que trechos inteiros da rede foram danificados, o que impacta o fornecimento de energia. A empresa afirma ter mobilizado equipes desde o início dos registros de falta de luz.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta quinta (11) que o estado é refém da Enel e voltou a pedir intervenção e caducidade no contrato de concessão do fornecimento de energia elétrica na região metropolitana. A empresa já atua para conseguir prorrogar o contrato, que vence em 2028, por mais 30 anos.

Além da falta de luz, a cidade também enfrenta outros problemas causados pelo vendaval, como falta de água, caos nos aeroportos e mais de mil árvores caídas.

Duas pessoas morreram no estado devido às consequências do ciclone. O primeiro caso aconteceu na terça-feira (10), em Campos do Jordão. Um homem morreu após o deslizamento de um talude atingir sua casa durante a tempestade.

O segundo caso, confirmado nesta quinta, ocorreu na capital. Uma mulher foi atingida pelo desabamento de um muro no Jardim Sapopemba, na zona leste, na quarta-feira (10). Ela foi levada ao hospital geral do bairro, mas não resistiu.

Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, o ciclone se afasta para alto-mar e os ventos diminuem na Grande São Paulo. No entanto, um novo sistema de baixa pressão causa chuva no fim de semana.