Lula promete enviar ministro a SP para discutir crise de energia com Nunes e Tarcísio

Por BRUNO RIBEIRO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) prometeu ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), está a caminho de São Paulo para conversar com ele e com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre a crise de falta de energia na Grande São Paulo e a situação da Enel, distribuidora de energia da região.

A promessa se deu após Nunes pedir ajuda pública ao presidente, em um encontro que os três tiveram nesta tarde, em Osasco, durante a cerimônia de inauguração do canal SBT News.

Nunes fez um discurso no evento e, de forma breve, pediu ajuda ao presidente. Ao término da cerimônia, aproximou-se de Lula e, na tela de seu celular, mostrou o número de residências sem energia naquele momento (498 mil).

O prefeito chegou a pedir a Lula que o presidente "se preocupe com o povo", ao que Lula respondeu: "Essa é a minha preocupação". Tarcísio estava ao lado e chegou a dizer que eram necessários "instrumentos regulatórios" adequados, mas o presidente não respondeu.

A conversa teve tom cordial, em contraste com os posicionamentos que os governantes da capital e do estado, aliados, adotaram em relação ao governo federal, cujos partidos são adversários.

Nunes e Tarcísio atribuem a crise à incapacidade da Enel de restaurar a energia durante grandes tempestades de vento, ressaltando que a fiscalização da empresa é de atribuição da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), órgão federal.

Alexandre Silveira, por sua vez, disse que o governo Lula está focado no problema, mas que Nunes e Tarcísio buscam fazer uma disputa política em torno do tema.

A cidade ficou com 157 semáforos apagados por falta de energia, 16 apagados por falhas e seis em amarelo piscante, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que mantém 487 agentes de trânsito nas ruas com 298 viaturas atuando, sendo 246 carros e 52 motos.

Além da falta de luz, a cidade também enfrenta outros problemas causados pelo vendaval, como falta de água, caos nos aeroportos e mais de mil árvores caídas. Somente nesta sexta, foram 175 chamadas para quedas de árvores e 2 para desabamento, segundo o Corpo de Bombeiros.

Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, o ciclone se afasta para alto-mar e os ventos diminuem na Grande São Paulo. No entanto, um novo sistema de baixa pressão causa chuva no fim de semana.