Gestão Nunes vai propor área para skate e patins na marquise do Ibirapuera
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) pretende delimitar áreas para práticas de skate e patins, além de piquenique, na marquise do Ibirapuera. A proposta, assinada pelo secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Rodrigo Ashiuchi, deverá ser analisada pelo Conselho Gestor do parque.
Interditada desde 2019, a marquise deverá ser reaberta na semana do dia 25 de janeiro de 2026, em homenagem ao aniversário da cidade de São Paulo.
A iniciativa do secretário é estabelecer áreas de 3.200 metros quadrados exclusiva para prática de patins, de 3.600 metros quadrados para os skatistas e 1.500 metros quadrados para área kids, na qual ficará liberada a circulação de bicicletas de crianças, equipadas com aro 12.
A marquise tem 27 mil metros quadrados, ao todo. A área também deverá receber feiras e outros eventos, e poderá ser usada pelas assessorias esportivas cadastradas no parque.
Para viabilizar seus planos, a gestão Nunes precisará chegar em acordo com a Urbia, que assumiu a gestão do Ibirapuera, em outubro de 2020. A concessão é válida por 35 anos.
Procurada pela Folha, a concessionária disse não iria se pronunciar sobre o tema.
"Iremos apresentar a proposta para o conselho gestor do parque e já conversamos com a comunidade do skate, do patins. Agora é chegar ao consenso para [o Executivo] publicar decreto de regulação de uso da marquise", disse Ashiuchi. "Estamos aqui para respeitar a história e de forma harmoniosa atender a todos."
A nova proposta indica uma mudança de postura da gestão municipal. No começo de novembro, um texto anterior da pasta de Verde e do Meio proibia práticas esportivas e piqueniques no espaço.
O secretário diz que as restrições faziam parte de um esboço da minuta feito pela área técnica da secretaria. "Estamos tentando ajustar a regulamentação de acordo com o interesse de cada um. O prefeito quer todo mundo lá dentro."
A obra de restauração da marquise, iniciada em março de 2024, deve custar R$ 87 milhões e tem sido realizada pela Urbia.
O espaço sofre com interdições desde o começo de 2019, devido a riscos impostos pela falta de manutenção da estrutura. Desde a década passada, o equipamento sofre com a queda de pedaços de sua laje, como mostrou reportagem da Folha em 2017.
Instalada desde 1954, a marquise do Ibirapuera é uma cobertura de concreto armado sustentada por 120 colunas.
A peça de formato geométrico irregular, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), é tombada pelo patrimônio histórico e faz a ligação entre equipamentos culturais do parque, como o MAM (Museu de Arte Moderna), a Oca e o Museu Afro Brasil.
