Justiça federal mantém prisão de ex-deputado TH Joias

Por BRUNA FANTTI

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A 1ª Seção Especializada do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) decidiu, nesta quinta (18), manter as prisões preventivas do ex-deputado Thiego Raimundo de Oliveira Santos, o TH Joias, de Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, de Alessandro Pitombeira Carracena, de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, e de Gustavo Steel. O colegiado também determinou a transferência de TH Joias para a penitenciária federal de Brasília.

Na mesma sessão, os desembargadores determinaram o desmembramento do inquérito da Operação Zargun. Permanecem tramitando no TRF-2 as investigações que envolvem TH Joias, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, Gabriel Dias de Oliveira, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, Alessandro Pitombeira Carracena e Gustavo Steel.

A parte do processo referente aos demais acusados (Kleber Ferreira da Silva, o Padrinho, Rodrigo da Costa Oliveira, Leandro Alan dos Santos, Leandro Ferreira Marçal, Wallace Menezes Varges de Andrade Tobias, Alexandre Marques dos Santos Souza, Davi Costa, Wesley Ferreira da Silva e Wallace Brito Trindade, o Lacoste) será remetida à 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Participaram do julgamento os desembargadores federais Wanderley Sanan Dantas, presidente do colegiado, Simone Schreiber, Marcello Granado, Flávio Oliveira Lucas, Alfredo Hilário de Souza, Cláudia Franco Corrêa e Júlio Cesar de Castilhos Oliveira Costa, revisor do processo e autor do voto condutor.

TH está detido desde setembro sob suspeita de atuar para o CV (Comando Vermelho).

As autoridades afirmam que havia indícios de que o parlamentar usava o mandato para favorecer o Comando Vermelho e realizava tratativas ligadas ao tráfico de drogas e armas.

Segundo a Polícia Federal, as investigações reuniram "provas robustas" de que ele intermediava compra e venda de fuzis, drogas e equipamentos antidrones. Esses dispositivos, conforme a denúncia, eram utilizados para impedir operações policiais em áreas dominadas pela facção. A Promotoria também acusa TH de ter nomeado para cargos na Alerj pessoas investigadas por envolvimento com o CV.

À imprensa, a defesa de TH Joias afirma que ele é alvo de perseguição política. Diz que a prisão preventiva (sem prazo) de TH Joias seria um "constrangimento ilegal", uma vez que havia "falta de requisitos legais" e "imunidade parlamentar".