Em domiciliar, 'Japa' do PCC é liberada para passar fim de ano com família
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Karen de Moura Tanaka Mori, a "Japa" do PCC (Primeiro Comando da Capital), recebeu autorização da Justiça de São Paulo para passar as festas de Natal e de Ano Novo com a família no litoral de São Paulo. Atualmente, ela cumpre prisão domiciliar no Tatuapé, na capital paulista.
Karen poderá ficar na casa da mãe, no bairro Boqueirão em Santos. Após pedido de seus advogados, a decisão foi dada no dia 9 de dezembro pelo juiz Tiago Ducatti Lino Machado, da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.
Ela deve ficar na residência dos familiares do dia 20 de dezembro ao dia 5 de janeiro de 2026. Apesar disso, deverá seguir as medidas cautelares impostas desde o ano passado, quando ganhou prisão domiciliar, incluindo o uso da tornozeleira eletrônica durante todo o tempo, reforçou o magistrado.
Defesa da Japa alegaram "motivos humanitários e familiares" no pedido. Eles argumentaram que a autorização seria especialmente para permitir a convivência do filho menor de idade dela, de 13 anos, com a avó durante as férias escolares e festas de fim de ano.
"Verifica-se que a alteração temporária do local de recolhimento noturno está fundamentada em razões humanitárias e familiares, não acarretando prejuízo à instrução criminal, tampouco ao controle das medidas cautelares, que permanecerão inalteradas, inclusive a monitoração eletrônica", disse o juiz Tiago Ducatti Lino Machado.
Karen cumpre prisão preventiva em sua casa, na capital paulista, desde fevereiro de 2024. Na época, o Tribunal de Justiça levou em consideração que ela tem um filho de 13 anos e que não é investigada por um crime violento.
Ela foi presa sob a acusação de lavar dinheiro para integrantes da facção criminosa na Baixada Santista. Segundo a Polícia Civil, ela foi flagrada com uma mala contendo R$ 1 milhão e US$ 50 mil (R$ 248.184,95, na cotação atual) em seu apartamento no Tatuapé durante a Operação Escudo.
Karen é viúva de Wagner Ferreira da Silva, o "Cabelo Duro", um dos principais líderes do PCC na região, assassinado em 2018. A investigação aponta que, após a morte de Wagner, Karen e seus familiares movimentaram mais de R$ 35 milhões. A evolução patrimonial chamou a atenção do Ministério Público. Para os promotores, eles são "laranjas" do PCC.
"Há informações de que a indiciada continua atuando e tem grande prestígio junto ao PCC, administrando os bens ocultados das autoridades com a ajuda de outros indivíduos que nela tem confiança para as operações", dissse o tribunal de Justiça de São Paulo à época.
