Povo Akuntsú, marcado por conflitos de terra, registra primeiro nascimento em mais de 30 anos
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O povo Akuntsú, de Rondônia, registrou um nascimento depois de 30 anos, segundo a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Considerado um povo de recente contato, a região onde vive é marcada por conflitos de terra.
O nascimento aconteceu no dia 8 de dezembro na Terra Indígena Rio Omerê. O recém-nascido é um menino, filho de Babawru Akuntsú, uma das últimas três mulheres entre os Akuntsú.
Segundo a Funai, o povo esteve perto do fim por conta de conflitos territoriais na região do rio Corumbiara, que envolveram o avanço da ocupação não indígena sobre as terras. O grupo vive em área homologada que abrange os municípios de Chupinguaia e Corumbiara, ao sul de Rondônia, em direção ao Mato Grosso.
Os Akuntsú são monitorados pela Frente de Proteção Etnoambiental Guaropé, vinculada à Funai. Entidades que atuam na região foram responsáveis pelo apoio ao parto. O suporte médico foi feito em um hospital de Vilhena, em Rondônia.
Uma agente atuou como intérprete de Babawru por meio de videoconferência. A pajé Txiramanty Kanoé celebrou ritual para o nascimento.
"Este nascimento reafirma o dever do Estado brasileiro na proteção integral dos territórios habitados por povos isolados e de recente contato. A história dos Akuntsú demonstra que a proteção territorial se faz necessária para garantir a reprodução física e cultural dos povos indígenas, como prevê a Constituição Federal", disse a Funai em comunicado.
