Gestão Nunes foca em obras de mobilidade e ampliação do Smart Sampa em 2026
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), pretende inaugurar obras de mobilidade e turbinar investimentos no programa de monitoramento por câmeras, o Smart Sampa, em ano eleitoral cujo tema da segurança pública deverá pautar debates.
Embora tenha reiterado que pretende continuar à frente da prefeitura, Nunes é uma das apostas para concorrer ao Governo de São Paulo caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) dispute a Presidência da República em outubro do ano que vem.
No Smart Sampa, há planos de dobrar a quantidade de câmeras próprias, saltando de 20 mil para 40 mil equipamentos.
O orçamento de 2026 prevê que a prefeitura destine quase R$ 241 milhões para manutenção e operação de redes de monitoramento à Secretaria de Segurança Urbana ?rubrica que inclui os custos com o programa.
Em 2025, foram reservados R$ 45 milhões para manutenção e operação de redes de monitoramento. A gestão também pretende ampliar o efetivo da GCM (Guarda Civil Metropolitana), com novos concursos.
"Os recursos previstos estão alinhados ao compromisso da atual gestão de ampliar o uso de ferramentas tecnológicas de ponta para aprimorar as políticas públicas de segurança na capital", disse a prefeitura, em nota.
Ainda na área de segurança, a administração tenta concluir em março deste ano a mudança do Smart Sampa para o histórico prédio Palácio dos Correios, no Vale do Anhangabaú.
Fundado em 1922, o prédio tem 11 mil metros quadrados e deverá funcionar como central de monitoramento e inteligência ao integrar o Smart Sampa e o comando da GCM, além da SPTrans, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Defesa Civil, entre outros órgãos como as secretarias de Infraestrutura e Obras e a das Subprefeituras, responsável por serviços de zeladoria.
"Outro ponto interessante, no prédio, será a área de tecnologias criativas para experiências imersivas, onde a população poderá ter uma vivência do que é a cidade de São Paulo, do passado, do presente e do futuro", afirma Renan Marino Vieira, diretor da Ade Sampa, agência de desenvolvimento da prefeitura responsável pelo processo de transferência.
Pelo termo cessão de assinado entre prefeitura e Correios, a gestão Nunes deverá reformar o prédio e bancar a sua manutenção e conservação, estimada em R$ 3,6 milhões por ano.
Com relação às obras de infraestrutura, boa parte delas está direcionada à mobilidade.
Ao todo, o orçamento previsto para 2026 é de R$ 137 bilhões, isto é, 4% a mais que os R$ 132 bilhões (em valores atualizados) deste ano, sancionado pelo prefeito em dezembro de 2024.
Deste montante, R$ 19 bilhões deverão ser direcionados para investimentos como a entrega do lote 1 do corredor de ônibus BRT Radial Leste, que tem 2.800 metros de extensão entre o terminal Parque Dom Pedro 2º até a rua Almirante Brasil, na região da Mooca, na zona leste.
Dividido em três lotes, o corredor, ao todo, terá quase 10 km de extensão e vai até o final da avenida Aricanduva.
Nunes também se compromete com a requalificação de corredores de ônibus como na avenida Imirim (zona norte), Itapecerica (zona sul) e Amador Bueno (zona leste).
Além dos corredores, o prefeito planeja concluir a duplicação da avenida Teotônio Vilela, na zona sul, e realizar a licitação para dar início à construção de uma ligação leste-oeste, com uma via de quase 7 km entre a Avenida Sérgio Tomás, na Barra Funda, e a Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé.
Essa última intervenção deve custar, pelo menos, R$ 1 bilhão, e a conta não incluí as despesas com desapropriações, mas ficará pronta somente a partir de 2028 ?último ano do atual mandato.
Por fim, o prefeito pretende entregar no final de 2026 uma ponte para ligar Pirituba (na zona norte) à Lapa (na zona oeste), que está estimada em quase R$ 400 milhões. A obra é uma reivindicação de mais de 40 anos dos moradores de Pirituba.
A construção começou em maio de 2019, mas ficou paralisada de 2020 até agosto de 2023 por decisão judicial, após o Ministério Público de São Paulo ter ingressado com ação para anular as licenças ambientais do projeto.
Fora à área de mobilidade, a prefeitura lista, em nota à reportagem, entregas na área de saúde (12 UPAs, unidades de pronto-atendimento, e 7 UBS, unidades básicas de saúde); assistência social (inauguração de quatro Vilas Reencontro); para pessoas com deficiência (dois Centros TEAs, Transtorno do Espectro Autista); educação (CEU Grajaú); e habitação (33 mil unidades habitacionais e a regularização de 2 mil imóveis).
