Expectativa é boa para o movimento em bares e restaurantes

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Movimento em bares e restaurantes pode aumentar 30%  Proprietários estão otimistas para o aumento de público no final do ano. Sindicato do setor, porém, pondera que a lei antifumo pode prejudicar os negócios

Pablo Cordeiro
*Colaboração
7/10/2009

Com a chegada do verão e período de férias, a opção de muitos juizforanos é reunir os familiares e os amigos nos bares e restaurantes para o tradicional happy hour. Para os proprietários dos estabelecimentos, o final do ano é uma das épocas em que o movimento é mais elevado, seja pelo clima quente ou pela chegada do 13º salário.

Otimista para o período, o proprietário de um restaurante/bar, no Granbery, Murilo Halfeld Clark, acredita no aumento de 30% do público, em relação aos meses de inverno. "Nossa expectativa é boa. O consumo de cerveja e porções é alto nessa época." O proprietário de um bar no Centro, Nilton Oliveira, concorda com o percentual apontado por Clark e aposta nos jovens para alavancar o consumo de bebidas e tira-gostos.

A responsável por um bar no bairro Jardim Glória, Adriana Vicente, afirma que o estabelecimento fica aberto até as 22h, sendo o forte do movimento à tarde. "Esperamos um incremento considerável nos negócios em comparação com o ano passado." Ela menciona que nessa época há uma grande demanda de confraternizações de empresas e encontros de estudantes.

Para o proprietário de um bar/restaurante no bairro Mariano Procópio, Sérgio de Almeida, a expectativa ainda é melhor. Ele acredita que o concurso gastronômico JF Sabor será mais um chamativo de público. "Normalmente, o movimento aumenta cerca de 10% com a chegada dos dias quentes. Porém, com a mudança na data do concurso, que será realizado de 20 de outubro a 20 de novembro, a porcentagem tende a ser maior."

Se para alguns o momento é de descontração, para muitos é oportunidade de ganhar dinheiro. Com o aumento de demanda do consumidor, o número de contratações temporárias também cresce. Sérgio de Almeida deve fazer quatro contratações para o período, duas para a cozinha e duas para o salão. "Como o movimento é maior, é necessário contratar mais pessoas para manter a qualidade do atendimento. Se o profissional se destacar, existe a possibilidade de efetivação", explica.

Reflexos da lei antifumo

Apesar do clima de otimismo, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares pondera que a lei antifumo pode prejudicar o movimento nos estabelecimentos. Para o presidente do Sindicato, Antônio Jorge, a legislação pode provocar reflexos também nas admissões temporárias. "A expectativa de contratações diminuiu 50% em relação a 2008, quando a média por bar foi de três funcionários."

De acordo com dados do Sindicato, o número de bares na área central da cidade gira em torno de 600. Levando em consideração a taxa de 50% a menos de contratações temporárias, o índice pode atingir pelo menos 1.200 admissões no período apenas no Centro. A estimativa é semelhante à expectativa de 1.350 vagas temporárias divulgada pelo Sindicato do Comércio (Sindicomércio) para o fim do ano.

Aceitação

Os proprietários de bares e restaurantes apontam para uma aceitação da lei antifumo por parte de público. Para Almeida, o direito à saúde se sobrepõe ao direito do fumante. "A lei é boa, mas somos um pouco prejudicados pela falta de um espaço reservado para os fumantes", ressalta.

Oliveira destaca a educação do consumidor. "Até agora não tivemos nenhum problema em chamar a atenção do freguês. Quando uma pessoa acendeu o cigarro, fizemos a abordagem e ela entendeu." O presidente do Sindicato fala que ainda não foi registrado tumultos devido à lei.

 

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes