Medicamentos: conheça os tipos e entenda a diferença

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Sábado, 27 de julho de 2013, atualizada às 14h14

Medicamentos: conheça os tipos e entenda a diferença

Sejam eles de referência, genéricos, similares  ou manipulados, todos passam por testes específicos que atestam sua eficácia e qualidade
Eduardo Maia
Repórter

Quando o paciente deixa o consultório médico após uma consulta, na maioria dos casos, a primeira ação é procurar uma farmácia onde possa adquirir o medicamento que extingua ou minimize os sintomas de uma doença. A situação pode ser solucionada de maneira rápida, mas muitas vezes gera a dúvida: manipulado, de marca, genérico ou similar? Qual adquirir?

Para entender essa diferença, é preciso antes saber da denominação de cada medicamento. O medicamento de marca ou referência é aquele que é tratado como o inovador, ou seja, o primeiro a utilizar de um princípio ativo, substância capaz de extinguir ou minimizar os sintomas de uma doença no organismo. No Brasil, são devidamente registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, levando em conta a eficácia, a segurança e a qualidade do medicamento. Todos possuem uma patente que confere a legitimidade de sua composição ao laboratório que a desenvolveu, propiciando um custo mais alto ao consumidor.

Genérico

Em 1999, iniciou-se no país a comercialização de medicamentos genéricos, ou seja, que possuem o mesmo princípio ativo do remédio de marca, de custo mais baixo. De acordo com a farmacêutica Elaine Reis, eles devem ser a "cópia fiel" do  composto de referência, demonstrando a mesma apresentação, a mesma forma farmacêutica e a mesma indicação terapêutica. "Antes de chegar ao mercado, o genérico passa por uma gama de testes, para provar que eles têm rigorosamente as mesmas características e efeitos sobre o organismo do paciente", explica.

A semelhança entre um medicamento genérico e o de marca é atestada pelos testes de bioequivalência e biosdisponibilidade, realizados em laboratórios especializados. A Anvisa explica que o teste de bioequivalência deve apresentar a mesma eficácia clínica e a mesma segurança do genérico em relação ao de marca. Já a biodisponibilidade é relacionada à quantidade e a velocidade de absorção do medicamento pela corrente sanguínea. Se ambos os remédios apresentam resultados comparáveis, é permitida a subtituição do medicamento de marca pelo genérico, a fim de obter bons resultados terapêuticos.

Entretanto, o genérico pode demorar mais tempo para fazer efeito no organismo do paciente. O médico clínico geral José Sabe Musse afirma que apesar da existência de genéricos excelentes, o medicamento de marca é ideal para os casos mais graves. "Quando é uma situação que você ainda pode ter uma expectativa de tempo em relação à resposta terapêutica, eu recomendo o genérico, mas quando a situação é mais séria, mais grave, normalmente é usado o medicamento de marca", afirma.

Similar

Após o término do período de validade da patente de um medicamento de marca, a Anvisa autoriza a fabricação de outro composto, com as características originais. Esses são chamados similares. Eles possuem o mesmo princípio ativo, a mesma dosagem, indicações terapêuticas e até a mesma qualidade do medicamento de marca. Entretanto, de acordo com a Anvisa, este tipo não pode substituir o medicamento de referência ou genérico, ou seja, no ato da compra, o farmacêutico não pode propor esta substituição. "A receita deve ser respeitada. Se o médico prescreveu o que está na receita, ele tem motivos, está bem amparado tecnicamente para poder agir daquela forma", orienta Musse.

O especialista explica ainda que existe a liberdade para a prescrição de um medicamento similar, mas o profissional opta normalmente por receitar o original, o genérico, ou ainda o manipulado, "quando o paciente faz essa opção", diz.

Manipulado

A fabricação do medicamento para o tratamento individual, ou seja, levando em consideração a necessidade terapêutica do paciente é chamada de manipulação. Este tipo de composto é produzido com características específicas, na dosagem e composição prescritas estritamente para o sintoma do paciente. "É fabricado fórmula por fórmula, levando em conta o lote, quantidade cápsulas, quantos miligramas do princípio ativo, e depende da prescrição médica", relata farmacêutica de manipulação Denise Fonseca de Melo.

Segundo a farmacêutica, o processo de fabricação do remédio passa por testes específicos do processo de manipulação, devidamente regulamentados por lei. Testes físico-químicos e microbiológicos que comprovam a qualidade e eficácia do medicamento manipulado.

Denise alerta aos pacientes que para adquirir o medicamento numa farmácia de manipulação, o consumidor precisa ter uma receita  apropriada. "O paciente pode adquirir o manipulado somente quando há uma recomendação expressa pelo médico, com o nome do princípio ativo e não podendo substituir o medicamento de marca", completa.