Ginecologista tira dúvidas sobre o uso da p?lula anticoncepcional

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Ginecologista tira d?vidas sobre o uso da p?lula anticoncepcional

Ginecologista tira dúvidas sobre o uso da pílula anticoncepcional

As cartelas tradicionais são o contraceptivo mais seguro para evitar gravidez indesejada, mas mulheres ainda tem dúvidas sobre seu uso

Angeliza Lopes
Repórter
11/04/2015

A pílula anticoncepcional tradicional é o contraceptivo mais seguro para evitar gravidez indesejada e, também, o mais utilizado pelas mulheres em todo o país. Outro fator que favorece no seu alto consumo é o preço. As pílulas orais cíclicas são vendidas em qualquer farmácia por preços bem acessíveis, e em alguns programas de saúde do Governo Federal, são distribuídas gratuitamente. Mas, mesmo com toda a popularidade, as mulheres ainda têm muitas dúvidas quanto contraindicações e reações adversas. Por isso, a ACESSA.com conversou com ginecologista João Carlos Arantes que explica sobre os mitos e verdades mais comuns entre o público feminino.

Quando lançada, em 1956, as pílulas tinham doses muitas altas de hormônio. A primeira medicação chamada Enovid, por exemplo, tinha quantidades em cada pílula que representam, hoje, o total de hormônio de uma cartela inteira. O ginecologista explica que os remédios atuais estão com doses, cada vez menores, considerando que não é a quantidade hormonal que causa a inibição da ovulação, mas a sua presença.

Os anticoncepcionais tradicionais são compostos por dois tipos de cartelas, que são as sequenciais e as combinadas. A combinada tem a presença dos dois hormônios produzidos pelo ovário, que são o estrogênio e o progestogênico. Já as sequenciais imitam exatamente o ciclo, e são consideradas as mais naturais. Elas precisam ser tomadas na sequencia correta, se não, pode ter riscos de gravidez. "Mas é importante saber se é indicada pílulas tradicionais para cada caso. O estrógeno, por exemplo, é um agravante muito sério para algumas doenças, como cardiovascular e cerebral, e já existem outras pílulas que não necessitam deste composto para funcionar, como as micro pílulas."

Uso contínuo do remédio

O uso contínuo da pílula pode causar diversas reações nas mulheres. A mais visível são as reações psíquicas, que causam maior sensibilidade emocional na mulher e irregularidade menstrual. Arantes conta que existe também uma tendência em diminuir o fluxo menstrual, e às vezes é tanto que algumas param de menstruar. O aumento de peso também pode acontecer.

Contraindicações

Mulheres com histórico familiar de câncer de mama, com doenças intrauterinas e periuterinas, não podem tomar. Outra contraindicado é a combinação da pílula e o cigarro. "Estatisticamente é comprovado que mulheres que fumam tem mais possibilidade de desenvolver câncer, daquela que não fuma, nas áreas da mama, pulmão e ovário. O uso do contraceptivo pode potencializar."

E, não é aconselhável o consumo do anticoncepcional por mulheres com mais de 35 anos de idade, pois a partir desta idade o corpo feminino passa a ter vários pontos negativos, sendo um deles maior propensão para o desenvolvimento do câncer. A hipertensão e cardiopatias são outros problemas que impedem o uso da pílula.

Mitos e verdades

Algumas mulheres acham que o uso contínuo do mesmo remédio pode causa a perda de seu efeito, mas isso não é verdade. Conforme o ginecologista, o uso contínuo, pelo contrário, pode causar maior dificuldade de engravidar, devido a atrofia dos ovários.

Atualmente, a pílula não é indicação ideal para qualquer tipo de tratamento. Arantes explica que quando não haviam recursos mais modernos, se usou o anticoncepcional para vários problemas, como a endometriose - localização errada do endométrio, que é a camada interior do útero -, nas trompas, debaixo da pele e dentro do olho, por exemplo, e tensão pré-menstrual, que está ligado ao período pré-ovulatório. "Também foi usado para o ovário micro-policístico, por inibir a ovulação. Quando o ovário é policístico, ele não ovula corretamente, causando a retenção dos folículos, cada um, em um ponto de evolução. Desta forma, como a pílula é inibidora, a mesma detém a evolução de micro-cistos."

Outra dúvida muito comum é quanto tomar a cartela, sem os intervalos de oito dias. Quando a mulher opta por tomar cartelas inteiras sem os intervalos, a única reação será a não menstruação. "No entanto, caso ela fique muito tempo sem menstruar, pode causar a atrofia do endométrio, o que impede uma futura gravidez. A parede que reveste o útero deixa de ter condições para que o óvulo fecundado se fixe nas paredes, por isso pode causar a infertilidade da mulher."

Já as pílula para garotas menores de 18 anos não é muito indicada, pois ela não atingiu sua maturidade reprodutiva e com o consumo o corpo da jovem para de desenvolver. "Mas como os métodos mais seguros são a pílula e a camisinha, o contraceptivo é recomendado. Existem pílulas com quantidade de hormônios bem reduzidos ou com outras fórmulas, mas os preço variam muito, de acordo com a modernidade do produto."

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