Casais: construção-desconstrução-reconstrução
Casais: constru??o-desconstru??o-reconstru??o
Partindo-se tamb?m do princ?pio de que as inter-rela?es pessoais s?o pautadas no "poder", com os casais tamb?m vamos encontrar os jogos de poder impl?citos e expl?citos. A inibi??o, a dificuldade no contato, as barreiras emocionais silenciosas que fogem ao controle , descontrolam todo o sistema nervoso, est?o diretamente relacionados ao grau de interesse de um dos membros do casal ou de ambos.
Enfim, quando acontece o milagre do "encontro" e o casal consegue se relacionar com a intimidade, superando todas as barreiras, que n?o s?o poucas, inicia-se a? o mais dif?cil que ? o contrato onde se define at? onde cada um pode ir ou n?o. Definindo-se tamb?m o n?vel de cumplicidade que cada qual consegue ou permite.
E este contrato ? t?o importante que dever? ser cautelosamente elaborado, por tratar-se de um contrato duradouro. Mas tamb?m cheio de emendas necess?rias, que n?o foram previstas. Estas emendas devem-se ao fato de que cada um de n?s s? passar? a conhecer-se melhor diante do outro, que nos servir? de espelho.
Fala-se que houve uma colus?o quando o casal adoece e se retroalimenta neste contexto doentio, que afetar? toda a fam?lia, desestruturando-a. S?o as famosas Tramas familiares dif?ceis de serem desvendadas.Os profissionais da sa?de que lidam com fam?lia necessitam ser verdadeiros "Sherlock Holmes" para descortinar as tramas e livrar os Bodes Expiat?rios das doen?as emocionais.
N?o se pode sair culpando os casais adoecidos, pois na maioria das vezes nem eles pr?prios alcan?am a dimens?o da trama que desencadeiam. Alguns exemplos s?o os casais onde existe o narcisista e a parceira de baixo auto-estima que, para se sentir melhor, enfeita seu Narciso para as outras e depois reclama que ? v?tima deste homem ou vice-versa.
Outro caso interessante ? o casal sado-masoquista, onde cada hora um ? v?tima, eles revezam entre bater e apanhar, pois n?o existe um s?dico sem um masoquista, sendo que na maioria dos casos foi assim que aprenderam em suas fam?lias de origem.
Outro caso tamb?m s?o os de casais que v?em refletido no outro o pai bravo, ou a m?e brava e se submetem pelo medo, emo??o sentida l? na inf?ncia e reportada agora no parceiro. A? pergunta-se: Por que sintonizou-se com este perfil doloroso e n?o o contr?rio? Aprendeu assim? Ficou gravado no inconsciente? ? assim que se fabrica a Mada ou o Hada?
H? tamb?m os casais que por tr?s do ci?me doentio trazem um dist?rbio psiqui?trico ou emocional coexistente , sem que o parceiro atine para isso.
Como tratar? Quando o casal consegue dialogar e buscam ajuda juntos, tudo fica mais f?cil. Mas quando apenas um quer ajuda e o outro se nega, ent?o haver? uma dissintonia, onde a dist?ncia emocional impedir? que continuem juntos.
E ? t?o doloroso quando isto fica claro que muitos casais ainda tentam ficar juntos atrav?s da coer??o, em outros, o medo impede a liberta??o com as famosas frases "ruim com ele pior sem ele" ou "trocar de parceiro ? como trocar de problema, no fundo ? tudo igual"...
Realmente, a mudan?a est? dentro e n?o fora, pois se continuo doentio serei como o hospedeiro que levar? para outra rela??o a desarmonia. Mas em contrapartida se a pessoa se liberta e entra em recupera??o, certamente ser? um partid?o para o recasamento ou para uma nova rela??o.
Ana Stuart
? psic?loga e terapeuta familiar
Sobre quais temas (da ?rea de psicologia) voc? quer ler novos artigos nesta se??o? A psic?loga Ana Stuart aguarda suas sugest?es no e-mail viver_psique@acessa.com.