Colecionismo Compulsivo

Por

Ana Stuart 5/11/2010

Colecionismo Compulsivo

Ultimamente tem tido muitas reportagens sobre o colecionismo compulsivo e as pessoas estão se questionando à respeito.

Essa compulsividade tem como característica pessoas que acumulam objetos, papéis, lixo... em excesso.

É uma compulsão complicada que além de prejudicar a própria pessoa, prejudica aos mais próximos, chegando ao ponto das pessoas pedirem auxílio à saúde pública.

Nessas horas paramos para nos autoanalisar e perceber até que ponto estamos acumulando "coisas".
Por que a dificuldade de jogar fora, de se desfazer?

O Perfil Psicológico é de quem possui fixação por imobilidade, um nível de ansiedade muito elevado, egocentrismo, dificuldade com a mudança e renovação. Sendo que o baixo nível de frustração afasta o que incomoda e cria fantasias em cima dos objetos.

Pode ser caracterizado também pelo padrão de repetição familiar. Muitas vezes o que varia é a graduação da intensidade. Como por exemplo: se a mãe não se desfazia de nada, a filha tende a fazer o mesmo podendo apenas variar na graduação da intensidade. Pode ocorrer também o contrario, ou seja, a mãe que se desfazia de tudo e não respeitava o limite dos filhos.

Outro fator psicológico que interfere nesta compulsão do apego é que quando guardamos coisas desnecessárias, seria como se estivéssemos compensando fatos não realizados em nossas vidas, como ausência de carinho e de atenção na infância, namoros frustrados na adolescência, complexos de inferioridade inclusive na fase adulta.

É como se necessitássemos reter coisas porque não retivemos pessoas. Enfim é a "grande" dificuldade em lidar com a frustração.

Quando não conseguimos desfazer de algo de fora de nós é porque na realidade não conseguimos jogar fora algo de dentro de nós.

É interessante observar que o dia em que você arruma sua mesa de trabalho ou de estudo, arruma seu guarda-roupa, sua estante, sua casa, é sinal que está arrumando o seu interior emocional.

E arrumar a casa dentro da gente é como o vento que espalha folhas esquecidas... "a casa do homem precisa de vento".



Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar