Catedral Metropolitana de Juiz de Fora

Por

Catedral Metropolitana de Juiz de Fora
Construída em um sítio singular, a igreja revela mistérios, transmite paz
e é um admirável monumento arquitetônico


 

*Marinella Souza
Colaboração
09/11/2007

 

A Catedral Metropolitana de Juiz de Fora situa-se bem no centro de Juiz de Fora e não deixa de ser percebida por qualquer um que passe pela Avenida Rio Branco.

A edificação do século XIX faz a ponte era o presente e o passado. Entre os sons da vida moderna, o badalar do sino marca a presença da tradição. Quando foi construída a igreja tinha cerca de cem metros de extensão, era ainda uma capela.

Só com a emancipação do município é que foi transformada na primeira paróquia de Juiz de Fora e batizada em homenagem ao padroeiro da cidade, Santo Antônio. Segundo o arquiteto, Antônio Carlos Duarte, a localização da igreja contribui para o seu destaque dentro da configuração espacial da cidade.

"A Catedral situa-se em um sítio singular, em uma várzea plana no centro da cidade. Não existe outro lugar na região que tenha essa configuração", explica o arquiteto. Ele acrescenta: "Tudo conspira para o destaque dado à Catedral. O grande espaço aberto, sem edificações ao redor, a topografia do entorno e a escadaria dão a monumentalidade da obra".

Duarte ensina que a construção da igreja mudou a escala de urbanismo da região. "Antes havia na região apenas sobrados residenciais de no máximo dois pavimentos, com a edificação da igreja, foram criados os grandes edifícios comerciais de 10,15 pavimentos".

Outro detalhe que favorece o local são as árvores, que colorem a paisagem de acordo com as estações do ano, tendo como pano de fundo o Morro do Imperador. O paisagismo enriquecendo as colunas cujas vielas dão acesso a diversas regiões da quadra.

O arquiteto conta que a igreja foi construída em forma de cruz latina, em que a nave central é alongada em relação aos demais. Foi o alemão Karl Freckmann quem acrescentou as naves laterais, o transcepto e a cúpula, seguindo as formas tradicionais de toda igreja católica.

 

 

 

Segundo Duarte, o projeto original sofreu algumas alterações como as pinturas, mas em termos de volumetria e planta o projeto foi mantido. É um monumento construído em estilo eclético, ou seja, é uma mistura de vários estilos arquitetônicos.

"Os arcos são românicos, as torres são góticas, há detalhes barrocos como a cúpula e alguns arcos e a simetria da fachada e os capitéis são de inspiração gótica", lista Duarte.Para ele, os arcos plenos são o grande destaque do interior da igreja.

Responsável pela reforma da igreja, Antônio Carlos revela que o altar ficava tradicionalmente no presbítero, mas desde 2002 foi trazido para o centro da igreja com o objetivo de aproximar as pessoas da liturgia, permitindo que o padre interaja mais com seus fiéis. Esse projeto tem o objetivo de adaptar-se às diretrizes do Concílio Vaticano II.

 

 

Na parte externa, Duarte ressalta que o primeiro corpo é composto por três arcos com gradis, que apóiam uma estrutura triangular. Na parte posterior, o grande destaque é uma rosácea de vidro com detalhes em arcaduras e nichos laterais vazios, fechado pelas duas torres simétricas.

Para o pároco da Catedral, Pe. Antônio Cornélio Viana, o grande diferencial da Catedral está no fato de ela ser matriz."A Catedral é uma igreja-mãe, seria a morada do bispo, é de onde ele governa seu rebanho. É aqui onde se realizam as maiores celebrações", orgulha-se.

O pároco acrescenta que o estilo e as pinturas são o documento de uma época."Essas coisas retratam uma época, uma história. São 160 anos de evangelização em Juiz de Fora", comemora.

Santo Antônio

A Catedral Metropolitana de Juiz de Fora abriga a imagem de Santo Antônio 'fujão'. Conta-se que na construção da capela em Juiz de Fora, a cada dia a imagem aparecia em um local diferente porque toda a população queria ter uma imagem do santo em casa, assim, a imagem tornou-se "Santo Antônio fujão".

Essa é a primeira imagem da igreja, a última restauração foi feita ainda no século XIX. Hoje ela recebe os cuidados necessários para sua conservação na própria igreja. A imagem está guardada em um local adequado porque a exposição oferece riscos à sua conservação.



*Marinella Souza é estudante de Jornalismo da UFJF