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Rita Couto
*colabora??o
30/09/05

Depois de muita discuss?o, apresenta??o de projetos, an?lise e debate, o sistema de cotas foi implantado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Este ano, os candidatos do vestibular puderam, pela primeira vez, optar por concorrer ?s vagas reservadas para alunos de escolas p?blicas e para negros.

Na UFJF, h? a possibilidade de se tentar o ingresso atrav?s de dois tipos de cotas: a dos que estudaram no m?nino sete anos em escolas p?blicas (grupo B) e a dos que, al?m de terem freq?entado essas institui?es por esse mesmo per?odo, se autodeclaram negros (grupo A). O grupo C se refere aos vestibulandos que n?o optaram pelo sistema de cotas.

Das vagas oferecidas por cada curso, 30% ser?o destinadas aos candidatos do grupo B e dessa porcentagem, 25% ser?o reservados para os que se autodeclararam negros.

Clique aqui e saiba o n?mero de vagas oferecidas pelos cursos para cada um dos grupos

Vale lembrar que as s?ries repetidas devem ser contadas apenas uma vez para participa??o no sistema de cotas. Por exemplo, se o vestibulando tiver cursado o ensino fundamental (1? ? 8? s?rie) na rede p?blica e fez a 7? s?rie duas vezes, ao escolher pelo sistema de cotas no vestibular, ele dever? declarar que estudou oito anos (e n?o nove) em institui??o p?blica.

Joiceana Nascimento da Silva (foto ao lado, ? esquerda) ? candidata para o curso de Medicina e optou pelo sistema de cotas, se inscrevendo no grupo A (candidatos que cursaram, pelo menos, sete s?ries do ensino fundamental ou m?dio em escolas p?blicas e autodeclaram negros). Joiceana acredita que esse novo m?todo facilitar? o ingresso na universidade e que "o ponto de corte n?o deve ficar t?o mais baixo como algumas pessoas dizem".

Gabriela Petronilho Cl?maco (foto ao lado, ? direita), j? pensa um pouco diferente. A candidata ao curso de Fisioterapia defende que o ponto de corte deve diminuir, pois, na sua opini?o, "os alunos de escolas p?blicas geralmente t?m uma base mais fraca". Al?m disso, Gabriela diz que n?o acha o sistema de cotas um m?todo muito justo, pois "todos t?m a obriga??o de estudar e se dedicar para passar no vestibular. Mas, se est?o dando a chance de entrar na universidade atrav?s da reserva de vagas, por que n?o vou aproveitar?"

Candidato ao curso de Farm?cia, Vagner Castro da Rocha Filho (foto ao lado) acredita que n?o tem nada a perder por ter optado pelo sistema de cotas. Vagner estudou por sete anos em escola p?blica e acredita que "o ponto de corte do vestibular chegou a um ponto que n?o tem como aumentar mais e a? vale a pena tentar pelas cotas, que devem ter a nota m?nima exigida pelo menos um pouco mais baixa".
Marceli Rezende Machado (foto ao lado) tamb?m acha que "vai ser mais f?cil entrar na universidade e o ponto de corte deve baixar um pouco, porque os alunos das melhores escolas da rede p?blica n?o ser?o maioria".

"Esses alunos devem ter optado pelo PISM (Programa de Ingresso Seletivo Misto) no in?cio do Ensino M?dio e muita gente n?o escolheu o sistema de cotas porque ? o primeiro ano que ? adotado pela UFJF", sup?e Vagner.

Esse ? o caso de Sebasti?o Hil?rio Neves Dias (foto ao lado), candidato ao curso de Psicologia. Sebasti?o cursou o ensino fundamental e m?dio em escola p?blica, mas n?o optou pela reserva de vagas.

"Como ? o primeiro ano, ? dif?cil dizer se o sistema vai ser bom ou ruim. S?o poucas vagas reservadas e se muita gente optou por elas, vai ficar mais dif?cil passar no vestibular", defende.

Para o candidato, a reserva n?o ? vantajosa porque "n?o acaba com a injusti?a social e apenas facilita o ingresso, mas muitos alunos n?o ter?o base para terminar o curso. Al?m disso, as cotas diminuem o n?mero de vagas para quem n?o escolheu esse sistema e fazem com que a rela??o candidato/vaga aumente", finaliza.

*Rita Couto ? estudante do quarto per?odo de Comunica??o Social da UFJF