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Fernanda Leonel
Rep?rter
19/09/2006
Com pap?is e n?meros na m?o, o reitor da
Universidade Federal de Juiz de
Fora, Henrique Duque (foto), ao lado do Pr?-Reitor de
Planejamento e Gest?o Carlos El?zio Barral Ferreira (foto
abaixo) apresentou nesta ter?a-feira, 19 de setembro, os rumos das finan?as da nova
gest?o da UFJF.
Segundo declara?es de Duque, "a situa??o econ?mica da Universidade ?
cr?tica e a?es v?o ter que ser implementadas para suprir a manuten??o da
institui??o at? o final do ano". A id?ia ? "enxugar" os gastos para
aplicar em ?reas apresentadas pelo reitor e pr?-reitor como indispens?veis
para o "bom funcionamento da universidade".
"Vamos ter que fazer uma economia do ponto de vista financeiro para
conseguir dinheiro para redirecionar ao t?rmino do ano letivo, sem
compromet?-lo", declarou Duque. Nessas a?es que "n?o comprometem as aulas",
est?o a manuten??o do Restaurante Universit?rio, pagamento de bolsistas,
gastos com vestibular e com as aulas, entre outros. E nesse "pacote econ?mico", a principal medida j? foi anunciada: o corte de 20% do
dinheiro gasto pela Funda??o de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extens?o -
FADEPE - com pagamentos de cargos comissionados.
A economia vai gerar demiss?es de funcion?rios contratados pela institui??o.
O n?mero ainda n?o foi revelado, j? que, segundo o pr?-reitor de
planejamento e gest?o, Carlos El?zio Barral Ferreira, ainda
? preciso fazer as contas para entender quantas pessoas, de sal?rios
diferentes, s?o necess?rias para se chegar a quantia da economia
proposta.
Os cortes acontecem nos cargos comissionados, ou seja, nos
empregos que a institui??o criou, a partir da sua demanda. Como explicou
Barral, a universidade tem um n?mero de cargos
institucionais, que v?o desde o reitor at? um jardineiro, e que s?o pagos pelo governo. Nesses nada muda. A economia vem dos contratados pela
institui??o para suprir a falta de contrata?es pelo governo, que n?o
acontece desde 1990.
Atualmente a FADEPE gasta com pagamentos de comissionados, cerca de R$ 135
mil. A id?ia de Duque ? diminuir, com os cortes, para R$ 110 mil, ou seja,
aproximadamente 20%. "Muito cargo comissionado n?o ? o mesmo que
produtividade", declarou Duque.
Outras medidas para conten??o de gastos foram apontadas pelo reitor: "Estamos promovendo uma educa??o para diminui??o de tudo, at? mesmo de
contas de ?gua, luz e telefone. ? claro que isso n?o vai ser feito
aleatoriamente, que vamos fazer a coisa certa, pensada, para n?o atrapalhar
nada tamb?m. Mas uma das id?ias ? restringir o uso do telefone. Cada ?rg?o
teria um dinheiro X para gastar".
A justificativa |
Os cortes e "enxugamento" dos gastos administrativos apresentados pelo
pr?-reitor de gest?o e planejamento e por Henrique Duque foram justificados na afirma??o de que "a situa??o econ?mica da UFJF est? cr?tica". Segundo o reitor, a administra??o passada deixou a nova gest?o em uma
situa??o complicada, no que diz respeito ? ger?ncia de recursos. Em dados
apresentados por Carlos El?zio Barral, a LDO, Lei de Diretrizes
Or?ament?rias, que regula a autoriza??o do Governo Federal para os gastos
das universidades, liberou R$ 26 milh?es e 750 mil para a
UFJF em 2006. No relat?rio apresentado, consta que at? 31 de agosto desse ano, foram
gastos R$ 19 milh?es 344 mil. Ou seja, para que a
administra??o atual continuasse com a mesma folha de pagamentos, na mesma
propor??o, ela deveria gastar, em quatro meses R$ 9 milh?es e 960
mil. Esse valores somam 29 milh?es 360 mil, n?mero
maior que o liberado pela LDO.
"Temos um d?ficit de R$ 2 milh?es e 500 mil", concluiu
Barral, na apresenta??o dos valores gastos e previstos. Segundo ele, n?o h?
como voltar ao saldo de d?ficit zero, sem fazer algum tipo de corte.
Questionado sobre a possibilidade da FADEPE arcar com os valores necess?rios
para complementar os gastos, Henrique Duque foi enf?tico: "A FADEPE ? uma
funda??o de apoio. N?o deve suprir as necessidades b?sicas de arroz e
feij?o".
Duque tamb?m foi perguntado sobre o que ele acredita que seja o motivo para que a administra??o passada tenha gastado tanto. O reitor disse que acredita
que gerenciamento de recursos em uma universidade ? uma quest?o de
prioridades, e que acha que a pol?tica adotada pela ?ltima reitora
beneficiou o que chamou de "pol?tica de obras". Duque citou o anel vi?rio, a reforma do
Museu de Arte Moderna Murilo Mendes (MAM) e do antigo centro de estudos
Murilo Mendes como exemplo dessa pol?tica. Segundo o reitor e pr?-reitor de planejamento mesmo com os cortes e
economias h? a necessidade de ajuda do Governo Federal. A previs?o ? de que
ainda esta semana, no mais tardar nos primeiros dias da pr?xima, o Carlos El?zio Barral viaje para Bras?lia para apresentar o novo or?amento
para o Minist?rio da Educa??o. A ex-reitora, Margarida Salom?o foi procurada pelo portal
ACESSA.com, mas at? o in?cio da noite, n?o havia sido encontrada. De acordo
com informa?es, Margarida n?o estaria na cidade.