Corredor Cultural divulga e faz circular a produção artésticas de JF
Viva à cultura local
Foi legal ver as prateleiras, entre um corredor e outro, repletas de livros e CDs produzidos pelos escritores e músicos locais. Capas bonitas, temas interessantes, que instigavam o visitante a levar para casa. E estava fácil, já que estavam previstas trocas de exemplares para aquisição dos materiais ali expostos. É bom quando o entendimento de que o apoio não se resume apenas a fornecer recursos para a realização das obras, mas na sua divulgação e circulação.
As exposições sobre o Tupi Futebol Clube, as peças do Salão de Humor e a interatividade dos Palimpsestos também me chamaram bastante atenção, principalmente, porque atraiu um público não muito afeito a este tipo de arte. Esta aproximação foi bastante interessante, em termos de popularização, já que cerca de 35 mil pessoas transitaram pelos locais do evento e viram que a arte não precisa ser coisa de outro mundo, aliás, bem próximo da realidade.
As atividades infantis mereceram destaque, desde a Caça ao Saci, na sexta-feira, passando pelo espaço de lazer no Parque Halfeld, até as apresentações da Trupicada, do Passarinhozinho, das encenações, das apresentações de mágicos... Sem contar os contadores de histórias nos bairros. Sou fã do incentivo às crianças no contato com as artes. Acho que é por aí o caminho para que tenhamos adultos mais sensíveis a tudo que nos cerca.
E a música? Teve Sandra Portella, Darandinos, RadioLeft, Quinteto São do Mato, Hibrida, tanto som bacana... Para todos os gostos e estilos. Teve dança, teatro, documentários, cinema... Faltou Juliano para tanta programação. E o interessante é que não faltou programação para ninguém, mostrando que tem café no bule dos nossos produtores culturais. Basta incentivo e divulgação. E por falar nisso, a Lei Murilo Mendes de incentivo à cultura está com as inscrições abertas até semana que vem. Quem sabe, no próximo ano, muitos desses produtos inscritos não estarão figurando na programação da quinta edição do Corredor Cultural...
Em um ano em que perdemos nomes como Robson Terra, Hermínio de Sousa e, agora, Nelma Froés, que tanto fizeram e defenderam a cultura e a arte juiz-forana, a produção cultural da cidade mostra que aprenderam com o legado deixado por eles. Vida longa à cultura local.
Juliano Nery gosta das artes made in Juiz de Fora.
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Juliano Nery é jornalista, professor universitário e escritor. Graduado em Comunicação Social e Mestre na linha de pesquisa Sujeitos Sociais, é orgulhoso por ser pai do Gabriel e costuma colocar amor em tudo o que faz.