Sistema de bilhetagem eletrínica causa transtornos para usuários

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Quinta-feira, 13 de maio de 2010, atualizada às 19h

Sistema de bilhetagem eletrônica causa transtornos para usuários

Aline Furtado
Repórter

A desativação do uso do vale-transporte de papel está prevista para acontecer até o final deste ano, segundo informações da Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra). No entanto, o sistema de bilhetagem eletrônica, que vem sendo utilizado em Juiz de Fora desde 2008, tem causado transtornos para alguns usuários.

De acordo com o executivo de vendas, Danilo da Silva Carvalho, o cartão não permite o controle dos créditos disponíveis. "Fiquei aproximadamente 20 dias sem usar o cartão devido ao fato de ir trabalhar de carona. O mês virou e, quando fui usá-lo novamente, percebi que o saldo do mês vigente não havia sido liberado na tela do equipamento do ônibus."

Segundo Carvalho, a situação é complicada, já que ele assina o recibo de vale-transporte na empresa e tem o valor descontado na folha do pagamento, mas não tem como confirmar se os créditos foram inseridos. Tentei verificar se existe um meio de obter o extrato, mas fui informado que não é possível, a não ser que me dirija até a Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp).

O técnico de suporte, Rodrigo Vale de Toledo, relata estar enfrentando o mesmo problema. "Tenho direito a quatro vales por dia, mas como troquei de horário no trabalho, estava almoçando em casa. Com isso, não utilizei todos os créditos do mês anterior. Neste mês, ao usar o cartão, só vi disponível o saldo restante." Ele conta que, na empresa, foi informado de que o valor havia sido inserido, embora não tivesse comprovação.

"Precisei ir até a Astransp no horário comercial, ou seja, durante meu expediente, para saber quanto realmente tenho disponível no meu cartão", relata o técnico. Para ele, o ideal seria que os usuários tivessem acesso ao saldo por meio de um site ou de uma central telefônica.

O analista de suporte da Astransp, Ângelo Batista, explica que o cartão que substitui os vales-transporte contém duas carteiras de valores. "Se há resquício de um mês, a recarga é feita em outra carteira. Caso as duas estejam com créditos, uma nova recarga fica pendente no sistema até que uma das carteiras seja zerada." Assim, o limite para o cartão não é o valor da recarga, mas o número de recargas efetuadas.

O analista explica que cada cartão suporta no máximo seiscentas vezes o valor da tarifa vigente, sem que haja validade dos créditos. Ele lembra que o empregador tem acesso ao relatório de movimentação, o qual pode ser apresentado ao empregado, como forma de confirmação de creditação do valor.

Trinta minutos

Uma das dúvidas quanto à utilização do cartão diz respeito ao tempo de intervalo entre o pagamento de passagens. Batista lembra que não é possível usar o mesmo cartão mais de uma vez em um único ônibus em um intervalo menor que trinta minutos. "Trata-se de proporcionar segurança ao usuário, evitando que o cartão seja descarregado no caso de roubo, por exemplo." Entretanto, no caso de veículos diferentes, não há qualquer impedimento quanto ao uso do cartão.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes