Troca de motoristas pode ser motivo da falta de t?xi no Centro de JF

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Troca de motoristas pode ser motivo da falta de t?xi no Centro de JF

Troca de motoristas pode ser motivo da falta de táxi em pontos do Centro

O horário de mudança de turno acontece, geralmente, entre 16h e 18h. O Portal ACESSA.com conversou com motoristas para saber se o serviço fica comprometido

Nathália Carvalho
*Colaboração
23/05/2012

O horário de troca dos motoristas de táxi na cidade acontece, geralmente, no período da tarde, das 16h às 18h, e o assunto divide opiniões no que diz respeito ao prejuízo do atendimento. Com o trânsito pesado na cidade no horário de pico, alguns usuários reclamam que não conseguem táxis nesse período. O Portal ACESSA.com conversou com motoristas e usuários para entender o problema.

A professora Gláucia Marques conta que demorou uma hora e meia para conseguir um táxi no período da tarde, no início deste mês. "Saí com minha filha do dentista por volta das 16h e ela estava operada. Chegamos em um ponto do centro, tinham cerca de 15 pessoas, esperando na fila e nenhum táxi parado. Fomos então até a avenida Getúlio Vargas e encontramos com um motorista com o carro vazio que se recusou a nos levar até o bairro Vitorino Braga porque era muito perto". Gláucia comenta ainda que foi até outros pontos da cidade e encontrou os motoristas parados perto do local. "Parecia que estava havendo uma troca entre eles, passavam vários táxis vazios e nenhum nos recebia. Quando conseguimos um, já era 17h40, e não tínhamos a opção de ir andando para casa, por causa da cirurgia dela".

A usuária Beatriz Queiroz comenta que passa por situações parecidas. "No horário entre 17h e 20h é muito difícil conseguir um táxi na cidade. Quando eu ligo para a central de atendimento do serviço, costuma demorar a chegar ou muitas vezes nem consigo falar". Ela ressalta ainda que possui carro, mas opta pelo serviço devido ao trânsito engarrafado nos horários de pico. "Acho que a cidade precisa ou de mais táxi ou de uma melhora no atendimento ao usuário nesses horários de maior procura, principalmente ao final do dia".

Troca de turno

Para o presidente da Associação de Condutores Autônomos de Serviço de Táxi de Juiz de Fora, Luiz Gonzaga, um dos motivos que contribui para a falta de táxi nesse período, aliado ao trânsito lento, seria a demora na troca de motoristas em alguns pontos. "Nos pontos do centro, alguns motoristas demoram muito para trocar de turno. Às vezes, consigo observar que alguns ficam parados, fecham o carro ou vão fazer outra atividade e acabam comprometendo o atendimento". Segundo Gonzaga, a troca deve ser feita de forma rápida e, se possível, em postos de gasolina para adiantar o serviço.

O taxista Rogério Moreira concorda com a situação e acredita que o serviço de táxi oferecido pela cidade está sucateado. "Muitos passageiros reclamam que os motoristas recusam corridas nesse horário. Parece que os táxis somem na cidade entre 16h30 e 18h. Vejo filas enormes de pessoas esperando. Apesar de a maioria realizar a troca rápida, existem alguns que atrasam e prejudicam o serviço".

O também taxista Geraldo Augusto não acredita na hipótese e afirma que a troca de horários não compromete o serviço. "Não são todos que realizam a troca no mesmo horário. Eu, por exemplo, paro de trabalhar às 15h. O problema é o alto número de usuários procurando por táxis, as saídas de escolas e trabalho, tudo no mesmo horário", comenta.

Táxi-lotação

O vereador José Emanuel (PSC) apresentou um projeto de lei, pedindo a instituição do táxi-lotação, que deve ser discutido na próxima segunda-feira, 28 de maio, na Câmara Municipal. Ele se refere a veículos com capacidade de até sete passageiros, com permissionários que integrem o serviço de transporte individual. Questões como itinerário e valor da tarifa serão tratadas na regulamentação, que caberá ao Executivo.

O transporte poderia atender de imediato a trabalhadores da Zona Norte, com o itinerário Manoel Honório – Distrito Industrial – Benfica. Os estudantes da UFJF podem ser beneficiados por meio do Itinerário Avenida Independência – Universidade.

*Nathália Carvalho é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Mariana Benicá