Solidariedade na areia Estrelas do v?lei de praia mundial d?o aulas para crian?as carentes
atendidas por institui?es filantr?picas de Juiz de Fora


Fernanda Leonel
Rep?rter
22/03/2007

Eles nunca pisaram na areia, em resposta coletiva disseram que n?o conhecem uma praia, mas se transformaram em atletas de um dos esportes litor?neos mais famosos do pa?s: o v?lei de praia.

Nesta quinta-feira, dia 22 de mar?o, come?aram as partidas do Circuito Banco do Brasil de V?lei de Areia. Na quadra oficial, nomes conhecidos, talentos reconhecidos, estrelas que fizeram hist?ria pelas praias do mundo inteiro. E na quadra ao lado... tamb?m!

S? que dessa vez, em uma competi??o em que todos ganham: come?am, junto com a disputa, as "cl?nicas", aulas de v?lei dadas por estrelas que passam pela etapa em Juiz de Fora e que s?o oferecidas pelo circuito para crian?as carentes assistidas por institui?es filantr?picas da cidade.

Na tarde de abertura, quem tomou conta do terreno e deu aulas para crian?as do Instituto Jesus foi a dupla Par? e Jean (foto). Os dois jogam nesta sexta-feira, em jogos de hor?rio ainda a serem definidos no sorteio da noite desta quinta, mas vieram para a cidade mais cedo para distribuir o conhecimento que os fizeram conhecidos.

"Essa ? uma a??o muito positiva, eu n?o tenho d?vida. ? a partir do exemplo que os grandes sonhos da vida da gente v?o se construindo e a nossa personalidade tamb?m. Quando eu era crian?a, sonhava em ser como fulano ou ciclano. E foi a hist?ria deles que me fizeram chegar at? aqui", analisa Par?.

O atleta foi campe?o mundial de v?lei de praia no mundial de 1997, em Nova York, e diz que a experi?ncia nesta tarde foi maravilhosa. "O retorno que a gente tem das crian?as ? muito bonito. Renova a gente. Quem sabe elas n?o nos d?o muita sorte no jogo de amanh??", brinca o atleta, fazendo "figas" para a terceira das 16 etapas que a competi??o possui.

Se depender do sucesso que eles fizeram depois das aulas, pode ser que a sorte venha mesmo. O que n?o faltou foram abra?os, beijos, aut?grafos e muita euforia. As crian?as n?o deram folga na hora de registrar a lembran?a de um dia feliz que promete n?o sair na mem?ria de cada um t?o cedo.

Esse ? o primeiro ano que o Circuito trabalha com as cl?nicas. Nas demais edi?es, os atletas faziam uma visita a alguma institui??o, e no local, promoviam um jogo com os atendidos. Foi assim, no ano passado, quando Nalbert e Luiz?o foram bater bola com os meninos e meninas do Educand?rio Carlos Chagas.

"Essa a??o continua, mas acho que o aparecimento das cl?nicas no circuito s?o uma ajuda que complementa a a??o social. Nas demais visitas, que aconteceram nos outros anos, os meninos recebiam os atletas em seu 'habitat'. Agora n?o. Eles mudam de mundo, fazem as cl?nicas e podem ficar parar assistir os jogos. ? mais abrangente no que diz respeito a trazer as crian?as para o mundo do esporte", afirma Par?.

Na visita deste ano a alguma institui??o, que acontece em todas as cidades pelas quais o Circuito passa, os atuais campe?es ol?mpicos Ricardo e Emanuel (na foto ao lado, Emanuel) e as medalhistas de prata em Sydney e Atenas, Adriana Behar e Shelda foram os "professores" da etapa 2007 que acontece em Juiz de Fora.

As duas duplas, reconhecidas internacionalmente, visitaram, na tarde desta quinta-feira, o Projeto Curimin, que atende crian?as e adolescentes na cidade, antes de estrearem na nas areias da terceira etapa do Circuito Banco do Brasil, nesta sexta-feira.

Sonho realizado
A turma do Instituto Jesus ficou realizada ao ter aula e ver bem de perto os campe?es das areias do mundo todo. Para Yago Vilar (foto abaixo), por exemplo, aquele dia n?o vai ser esquecido nunca.

"Eu fiquei super feliz quando falaram que a gente vinha pra c?. Quase nem durmi de noite", brinca o assistido. Yago conta que joga v?lei nas quadras do instituto, mas que a experi?ncia nas areias do Circuito foi muito melhor. "A gente pode at? imaginar que daqui uns anos vai estar jogando na outra quadra ali do lado", fala, apontando a quadra dos atletas profissionais.

Essa ? a torcida de quem d? as aulas e o sonho do pequeno Raul Oliveira (foto abaixo). O garoto de oito anos, diz que j? ? conhecido por gostar muito de v?lei a faz previs?es de que vai ser isso que ele vai "fazer quando crescer".

Raul foi na etapa do Circuito Banco do Brasil que aconteceu em Juiz de Fora no ano passado de tanto insistir com os pais. A ?nica coisa que ele n?o imaginava ? que esse ano, ia estar pertinho dos seus ?dolos, j? que foi chamado para ser aluno das cl?nicas oferecidas.

"Eu adoro o Ricardo. Ele ? meu ?dolo. Se Deus quiser eu vou jogar bem igual a ele. N?o vou perder nem um jogo que vai acontecer aqui", conta o menino, que nunca pisou em areia de praia, mas j? sonha em ser atleta do esporte litor?neo.