Vídeos juizforanos estreiam no projeto Cidades Invis?veis

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Vídeos juizforanos estreiam no projeto Cidades Invisíveis Estreia ocorre na próxima quinta-feira e conta com registros da obra cinematográfica de João Carriço e da feira livre da avenida Brasil

Clecius Campos
Repórter
1º/7/2009

Estreia na próxima quinta-feira, dia 2 de julho, o Projeto Cidades Invisíveis, que vai exibir 18 registros audiovisuais de um minuto, sobre a diversidade e a identidade do povo mineiro, durante os intervalos da programação da Rede Minas de Televisão. Entre as obras estão os vídeos Carriço: Memórias do Cinema Mineiro e Feira de Trocas, produzidos em Juiz de Fora, exclusivamente para o projeto. Uma solenidade de lançamento ocorre a partir das 20h, em Belo Horizonte.

De acordo com o coordenador geral do Cidades Invisíveis, Helder Queiroga, o projeto traz uma nova tecnologia social para o âmbito da comunicação e da TV pública, reinventando canais de distribuição de produtos culturais e democratizando o acesso a ela e a sua programação. "Não tem como uma televisão ser chamada de pública, se nela não há participação da sociedade civil organizada na construção de seu conteúdo. Com esse objetivo, o projeto divulga elementos sociais que são parte da identidade e do patrimônio cultural de cada cidade."

Carriço: memórias do cinema mineiro

Sobre o vídeo Carriço: Memórias do Cinema Mineiro, Queiroga afirma que o registro trata da história da produção cinematográfica de uma das expressões culturais mineiras que teve importante papel na construção do cinema mineiro. "João Carriço é um dos primeiros cineastas a produzir documentários no interior do Estado e também um dos mais interessantes, por retratar o universo de uma cultura mineira que ninguém conhecia. Pouquíssimas pessoas na capital, a não ser aquelas que viveram os tempos dos cinejornais, conhecem a figura de Carriço, já que todo o seu trabalho era direcionado para o interior."

Segundo Queiroga, foi realizada uma pesquisa de campo, a fim de buscar elementos característicos nas cidades em que o projeto foi realizado. Carriço foi escolhido por fazer parte da identidade cultural de Juiz de Fora. "Foram feitas investigações sobre os principais interlocutores do cineasta, para saber quem poderia narrar sua história e onde estava o material produzido por ele. Assim surgiu o vídeo."

Feira de trocas

O vídeo Feira de Trocas é o outro documentário juizforano que integra o Projeto Cidades Invisíveis. Com o mesmo objetivo de retratar peculiaridades da cidade, o audiovisual registra a rotina dos vendedores da feira livre da avenida Brasil. De acordo com o diretor do curta, Itamar Dantas, as imagens mostram a amplitude de objetos que podem ser encontrados na feira e como acontecem as trocas.

"A ideia é apresentar para as Minas Gerais como os produtos são levados para a feira e como os vendedores fazem para adquiri-los. Alguns são partes de eletrodomésticos desmontados ou peças de carro que talvez não funcionem mais, mas que podem ter utilidade para outros." A curiosidade das trocas também chama atenção. Segundo Dantas, a cena de um senhor que troca cuecas por discos de vinil é a mais interessante. "Este é só um exemplo do que acontece na feira".

A expectativa é de que sejam realizadas três sessões de estreia em Belo Horizonte. Cada uma delas com capacidade máxima de 150 pessoas. Ainda em julho, todas as emissoras da Rede Minas começam a exibir os documentários. Não há previsão de quando os vídeos saem do ar. De acordo com Queiroga, existe ainda a possibilidade de divulgar a programação na grade da TVE Brasil, possibilitando a exibição do conteúdo na Venezuela, Cuba e Panamá. "Com essa projeção, a expectativa é de que cerca de 50 mil pessoas assistam aos 18 vídeos".
Conheça melhor o projeto

O projeto Cidades Invisíveis é coordenado pela Rede Minas de Televisão e pelas ONGs Contato (Belo Horizonte) e Fábrica do Futuro (Cataguases). Para a produção dos vídeos foram utilizados recursos do Ministério da Cultura (MinC), através do edital Pontão de Cultura Digital.

Além de Juiz de Fora, o projeto mineiro abrange oito cidades (Araçuaí, Divinópolis, Januária, Ouro Preto, Pirapora, Pouso Alegre, Uberlândia e Viçosa). Em cada uma delas, foram produzidos dois curtas.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes