Quinze anos dedicados é Ascomcer: conheça a mulher a frente do hospital

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Quinze anos dedicados ? Ascomcer: conhe?a a mulher a frente do hospital

Quinze anos dedicados à Ascomcer: conheça a mulher à frente do hospital

Alessandra Sampaio, presidente da instituição filantrópica que combate o câncer em Juiz de Fora, apresenta sua segunda casa

Lucas Soares
Repórter
25/07/2015

"O voluntariado é a coisa mais importante que temos". A frase é de Alessandra Sampaio (foto ao lado), 45, que afirma com a propriedade de atuar como presidente da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (Ascomcer) há dois anos e que dedicou os últimos quinze anos de sua vida ao local, que chama de segunda casa ."Quando você se propõe a fazer um trabalho voluntário, é como um trabalho comum, com a mesma responsabilidade de estar aqui, sem o salário. Todo funcionário tem direito às férias, e a gente não consegue. Se eu for viajar, é um ou dois dias, e tenho que voltar porque o compromisso de tomar decisões é meu. Eu tenho que estar presente, mais próxima, sempre. Virou amor mesmo e isso aqui é minha segunda casa. A coisa que eu mais amo depois da minha família. Tudo o que é feito, é pelo paciente, pela necessidade dele. A gente esquece o cansaço", garante.

Com tanta determinação para ajudar pacientes em situação vulnerável, Alessandra relembra os passos de sua trajetória até chegar ao posto que ocupa. "Quando você entra para ser voluntário, você escolhe uma área em que tem mais identificação. Eu comecei fazendo visitas, que era o que eu já fazia na Fundação Ricardo Moysés Jr e em outros hospitais, como Instituto Oncológico e o Hospital Universitário. Mas aqui na Ascomcer, virou amor. A minha mãe adoeceu, teve um câncer de bexiga e se tratou aqui. Eu, como voluntária, acabei ficando com um acesso maior aqui dentro. Com isso, não consegui mais largar. Cheguei a montar uma loja, fiquei mais afastada, mas continuava vindo. Eu fui vice-presidente da Eunice (Ferrugini) por dez anos e há dois anos assumi a presidência", conta.

Nos quinze anos em que atua como voluntária na associação, Alessandra garante que tudo o que acontece é muito marcante. "Se entramos dentro de uma casa dessas e não crescemos espiritualmente, não crescemos mais em lugar nenhum. Aqui a gente vê a necessidade do próximo, do carinho e de uma palavra. A gente vê a dor latente, quando perdemos um paciente, afinal, vemos eles e os parentes todos os dias. Tem um menino que desencarnou há exatamente um ano, que tratava com a gente desde os 8 anos e desencarnou com 20. O sofrimento da perda do paciente é muito difícil", revela.

Apesar de se considerar uma pessoa religiosa, a presidente da Ascomcer afirma que a casa é aberta a todos. "Não temos religião. A religiosidade é muito importante, tem o momento do paciente. Todos os dias temos a visita religiosa, mas eu peço sempre que as pessoas vão com calma e deixem os à vontade. A oração é sempre bem -vinda. Eu, como espírita, sempre falo a eles que a vida não acaba e isso aqui é só uma passagem. Eu penso assim", opina.

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