UFJF reúne professores de JF para discutir vestibular 2010 Representantes das escolas da cidade concordam que prazo para adaptação ao novo processo é curto. Vestibulandos tentam equilibrar estudos e insegurança
*Colaboração
17/4/2009
A reunião entre a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e os representantes das escolas públicas, particulares e dos cursinhos, na manhã desta sexta-feira, 17 de abril, foi marcada pela exposição de diferentes opiniões acerca da proposta do Ministério da Educação (MEC) de substituir o modelo atual de vestibular pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Contudo, as ideias apresentadas convergiram em um ponto: o prazo para adaptação
a um novo processo seletivo neste ano é muito curto. "Nunca foi tão adequado
dizer que a pressa é inimiga da perfeição. Não precisamos avaliar essa mudança
com tanto imediatismo"
, declara o diretor de ensino de um cursinho, Nelson
Ragazzi.
A única na reunião a declarar apoio à possível alteração no processo seletivo da UFJF para 2010 foi
a professora da Escola Estadual Clorindo Burnier, Adriana Maria de Oliveira Santos.
Para ela, a mudança imediata não prejudicaria os egressos da rede pública.
"Eles já estão acostumados a fazer as provas do Enem, inclusive por causa do
ProUni. Porém, institucionalmente, a gente sabe que uma alteração como essa precisa
ser discutida e avaliada com muita cautela."
A diretora da Escola Estadual Maria Magalhães Pinto,
Maria das Graças Valério Gomes, discordou da opinião da colega. Para ela, a mudança é brusca e os alunos
sentirão isso.
"Embora a realização do Enem seja uma prática comum na rede pública,
nós não sabemos como será essa nova prova e nem temos tempo para preparar os
estudantes até outubro"
, explica.


De acordo com o pró-reitor de Graduação da UFJF, Eduardo Magrone, a discussão da proposta é ampla e está acontecendo em todas as unidades da instituição. Magrone afirma que, neste momento, não é possível dizer que o Conselho de Graduação está inclinado a uma ou outra decisão.
Ainda segundo o pró-reitor, o Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) não deve sofrer
alterações para 2010, ainda que a UFJF decida adotar o Enem.
Apesar da afirmação do pró-reitor de que a discussão da proposta ainda está em aberto,
o coordenador de ensino de um cursinho da cidade, Marcus Vinícius Siqueira Dutra,
acredita que
Enquanto aguardam o anúncio da decisão final da UFJF, os vestibulandos tentam encontrar
o equilíbrio entre a concentração nos estudos e a insegurança diante de uma nova alteração
no processo seletivo. Vivian compartilha com os educadores a preocupação com o prazo curto, caso
o novo modelo seja adotado imediatamente.
Para controlar a ansiedade, a dica da psicóloga é manter a concentração nos estudos. Para ela, quem estuda mais e se
dedica vai passar pelo Enem ou pelo vestibular.
O Conselho de Graduação da UFJF se reúne na próxima quinta-feira,
dia 23 de abril, para dar continuidade ao debate da proposta do MEC.
A expectativa é de que, nessa reunião, os conselheiros apontem uma
decisão ao Conselho Superior. As escolas também participarão da discussão. O Conselho vai
disponibilizar uma cadeira para um representante das escolas públicas
e outra para as escolas particulares na reunião extraordinária do dia 23.
A UFJF tem até o dia 30 deste mês para informar a escolha ao MEC.
*Patrícia Rossini é estudante de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
"O Pism é um processo de seleção
recente, que ainda está em adaptação. Nenhuma alteração deve ser feita nesse sentido,
estamos caminhando para iniciar um novo triênio de provas neste ano."
"há uma tendência nacional de que o Enem seja aprovado e a UFJF não deve
ficar de fora". Segundo ele, o debate com a comunidade não deve alterar os rumos da
decisão.
Insegurança
"A possibilidade de adesão à proposta do MEC cria um ambiente de ansiedade generalizada,
que afeta alunos, professores e familiares. Todos estão sem saber o que fazer",
afirma a psicóloga Vivian Werneck (foto abaixo).
Segundo ela, a expectativa é maior entre os alunos do cursinho.
"Quem faz cursinho já não foi aprovado em uma tentativa e, além disso,
a única finalidade do estudo é o vestibular. Já os estudantes do
3° ano precisam concluir o ensino médio, não estão na
escola apenas para tentar uma vaga na universidade"
, justifica."Não podemos fazer o aluno de teste
até chegar a um sistema apropriado. Neste ano, não há tempo suficiente
para preparar o estudante para uma prova em outubro, já estamos no meio do primeiro semestre
letivo."
"O que eu sempre falo para os alunos é que a proposta não vai alterar a regra
do processo seletivo.
No caso específico deste ano, se o Enem for utilizado, o estudante precisa
pensar que todos os concorrentes estarão na mesma situação, terão
o mesmo tempo para se adaptar. Ninguém vai sair em vantagem."
Próximo passo
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