Como reagir aos impulsos do ambiente organizacional

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Como reagir aos impulsos do ambiente organizacional
André Salles 27/09/2014

Como reagir aos impulsos do ambiente organizacional

Observamos que o ambiente organizacional está eivado de ações e reações que compõem o movimento do trabalho. Não poderia ser diferente. Sem movimento não há trabalho. Muitas vezes não conseguimos observar o fato do trabalhador, durante toda a sua jornada de trabalho, em suas tarefas, está sempre somando à rotina dos processos algo que é seu, particular, que está em suas emoções. Tais emoções não se desvinculam do processo de trabalho. Saber desta vinculação já é um passo adiante no caminho da observação e de uma descrição do ambiente de trabalho com vistas à uma ação mais eficaz e eficiente na organização. A exemplo, em um momento inicial, descritivo, fenomenológico, podemos separar as ações e reações que pertencem ao contexto do trabalho daquelas que pertencem ao interior do ser humano. Assim se processa aquilo que chamamos de um "olhar neutro" capaz de acompanhar um processo administrativo de uma maneira diferente, nova.

Partindo do pressuposto fenomenológico, este "olhar neutro" não pode conter nada que chamamos de "certo" ou "errado", ele tem que ir além destas 'caracterizações', pois são justamente estas 'caracterizações' que emperram o processo do "fluir" que falamos anteriormente. Também não se trata aqui de estabelecer um julgamento das emoções do indivíduo no trabalho, mas de observá-las no sentido de tentar reter/assimilar em que elas contribuem ou não para o processo administrativo em geral. Também não se deve cair no "pensamento" antigo de que determinados tipos de emoções dos indivíduos devem ser mudadas. Não! Não podemos mudá-las, pois elas são de competência do próprio indivíduo. Ele pode mudar se assim desejar. O administrador realiza mudança nos processos físicos e não no indivíduo.

Levando em consideração os pressupostos antroposóficos podemos observar que todo o ambiente de trabalho está preenchido por um "campo" que é particular ao indivíduo e pertence exclusivamente a ele. Este "campo" deve ser respeitado naquilo em que ele não interfere nos processos físicos da empresa. Para ser mais claro, este 'campo' é o ambiente próprio das "simpatias" e das "antipatias". O trabalho aqui pode ocorrer somente através do respeito à individualidade em suas relações com o contexto global da organização. Não reagimos aos impulsos do "campo" do indivíduo, permanecemos em uma atitude de respeito e uma visão fenomenológica para a partir de uma descrição do fenômeno delinearmos novas ações, novos empreendimentos. Somente quando soubermos respeitar as individualidades no contexto organizacional saberemos conduzir os processos no ambiente de trabalho.


André Salles é Bacharel em Psicologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora; Pós-Graduado Latu-Sensu em Psicologia Fenomenológico-Existencial pela PUC-MG; Mestrado em área de Concentração Filosófica pela UFJF; Formação em Docência pelo DETRAN-MG - atuou como Professor e pesquisador em Psicologia Aplicada em Centros de Treinamentos de Condutores na cidade de Juiz de Fora; Foi Educador em disciplinas de Psicologia e Filosofia na Faculdade Sudeste de Minas – FACSUM; Conselheiro Administrativo em Psicologia do Trabalho junto ao Instituto Joaquim Soares de Oliveira, na cidade de Santos Dumont - MG; Detentor de Cargo Público do Governo Federal, onde atua em serviços Técnicos na área Operacional de Gestão de Pessoas, desde o ano de 2001; Psicólogo do Trabalho e Psicólogo Clínico vinculado à Associação Brasileira de Psicólogos Antroposóficos; Curso em Formação Antroposófica e Educação Waldorf – Foundation Courses and Waldorf Certificate Program - pelo Sophia Institute – US.Saiba mais clicando aqui.