Mel deve estar associado é dieta saud?vel

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Mel deve estar associado à dieta saudável Apenas para crianças menores de um ano o mel não é indicado. Produtor fala sobre a qualidade e a produção do alimento

Pablo Cordeiro
*Colaboração
29/1/2010

O mel é um alimento importante e deve estar associado à dieta saudável. Há 23 anos no ramo da produção, Maxwell Ladeira, destaca que se trata de uma rica fonte de energia, sais minerais, vitaminas, o que contribui para melhorar a digestão.

Apesar das funções benéficas ao organismo, não é indicado para as crianças menores de um ano. "Não pelo produto em si, mas pela higiene de colhimento empregada pelos produtores, que nem sempre é exemplar", ressalta.

Ele explica que o mel cristalizado ou açucarado não é sinônimo de produto estragado. "Apenas 20% das pessoas sabem disso." O tempo de colheita e as baixas temperaturas alteram as características físicas, mas a qualidade não diminui. Ele aconselha sempre a guardar o mel em potes com a boca larga. "Quando ficar pastoso, a pessoa não terá dificuldade de retirá-lo do recipiente. Na Alemanha, o costume é consumir o mel já cristalizado."

Ladeira diz que no mel açucarado fica mais fácil identificar a qualidade. "A dica é ver se a cristalização é homogênea. Se uma parte permanecer líquida e a outra sólida, a qualidade é ruim", ressalta. Para descristalizar, o processo é simples, basta aumentar a temperatura do alimento.

A coloração indica a época de colheita e o tipo de armazenamento. "O mel escuro significa que a colheita é mais antiga e que já passou por temperaturas mais altas. O claro é mais fresco e novo. Porém, esta diferença não reflete na qualidade do produto", explica.

O sabor e o aspecto do mel variam de região para região, principalmente pelas floradas. "Quando tem um tipo de planta uniforme, o mel mantém características homogêneas. O mel de Bicas, por exemplo, é diferente do de Juiz de Fora. O aroma, a cor e o sabor não são os mesmos. Naquela região, as diferenças ocorrem, principalmente, pelo solo." O mel produzido em Juiz de Fora é conhecido como silvestre ou multifloral, por não possuir uma florada predominante.

Produção

Para os apicultores, de janeiro a março, o indicativo é de muito trabalho, já que é o principal período de florada, o que, consequentemente, representa a coleta do néctar das flores pelas abelhas para a produção do mel. A demanda do mel chega a ser tão grande que sustenta a produção o ano inteiro, sendo complementada com a florada do assa-peixe de julho e agosto.

Ladeira vende o mel que colhe de seu sítio para Juiz de Fora e esporadicamente para o Rio de Janeiro. "Em média, minha produção atinge dois mil quilos de mel por ano. As floradas silvestres (do verão) e assa-peixe são únicas no ano, por isso temos que aproveitar. Nos últimos quatro anos, a produção foi desastrosa. Devido ao clima chuvoso, chegou a 500 quilos. Mas, para 2010, a expectativa de bons resultados é grande", destaca.
Regulamentação

Desde 2006, existe em Juiz de Fora a Portaria do Mel, regulamentação específica da Prefeitura que garante profissionalismo e qualidade à atividade de produção de mel e de produtos apícolas do município. Com esta portaria, tornou-se obrigatório o uso do rótulo na embalagem, responsável por garantir que o produto tenha sido fiscalizado pelo serviço de inspeção municipal.

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes