Estudo mostra sobrevida da mulher com câncer
Segundo a pesquisa a mulher que tem câncer de mama em JF tem sobrevida
alta e o tratamento feito
em unidades públicas e privadas são similares
Repórter
19/09/2007
Um estudo realizado na cidade de Juiz de Fora mostra que a sobrevida das pacientes
com câncer de mama pode ser considerada alta, segundo um dos autores do trabalho,
Maximiliano Ribeiro Guerra (foto abaixo). "A sobrevida por câncer, em cinco anos,
é de 78%. Em países do leste europeu, por exemplo, esse número é de 65%"
, diz o pesquisador.
Cerca de 900 pacientes, com idade entre 25 e 92 anos, participaram do estudo entre janeiro de 1998 e dezembro de 2000. O acompanhamento foi realizado por cinco anos, até o final de 2005.
Destas pacientes, 47,8% são de Juiz de Fora e o restante são de outras cidades próximas, que vieram procurar tratamento. A idade média das pacientes é de 57 anos, sendo que a maioria dos casos (57%) foi diagnosticado em mulheres com idade entre 25 e 59 anos.
A pesquisa mostra ainda que a incidência da doença na população branca é de 71,7%,
enquanto que na população não branca é de quase um quarto (24,5%).
Com relação aos estágios da doença, ela foi detectada em níveis mais avançados, cerca de 70% dos casos. Maximiliano diz que quanto mais demorado for o diagnóstico da doença, menor é a sobrevida da paciente.
"A contribuição do nosso trabalho para a sociedade está
justamente no fato de incentivar o diagnóstico rápido. A cidade oferece qualidade
no tratamento, o que falta é investir no rastreamento da doença para que ela seja
detectada rapidamente"
, diz.
Jane Rocha Duarte Cintra (foto ao lado), autora da pesquisa,
completa dizendo que
que a rapidez no diagnóstico ainda promove uma série de benefícios para a mulher.
"Os traumas físicos e psicológicos são menos graves quando a doença é detectada
mais rápido. Além disso, o valor e o tempo gastos no tratamento são menores. Isso leva
a um desgaste menor da paciente"
, explica.
Outra revelação importante da pesquisa diz respeito à qualidade da aasistência em oncologia, quando se compara o atendimento público e privado da cidade. Neste, 98% das pacientes tiveram a primeira intervenção em menos de 12 semanas após o diagnóstico da doença, enquanto que no serviço público, o número foi de 93%, cosiderando o mesmo período.
Maximiliano se diz surpreso com este resultado. "O sistema público de saúde recebe
muitas reclamações, por isso não esperava esse resultado. O número é praticamente
o mesmo para o tempo da primeira intervenção em ambos os sistemas de saúde"
, explica.
A doença
Segundo Jane, a incidência do câncer de mama é maior nas mulheres e o índice de mortalidade é alto. A progressão da doença é lenta e a sobrevida média, sem tratamento, é de quase três anos.
A oncologista diz que os fatores de risco estão na história familiar e na história
ginecológica da mulher. "A mulher deve ficar atenta quando a mãe ou a irmã tiveram
a doença na pré-menopausa e quando ela mesma teve a menarca precoce e menopausa tardia.
Além disso, uma dieta gordurosa, o sedentarismo, a obesidade e a primeira gestação
após os 34 anos são fatores importantes e que contribuem para desenvolvimento da doença"
, explica.
Jane acrescenta que os principais sinais do câncer de mama são massa ou dor nas axilas,
massa palpável nos seios, secreção no mamilo e falta de simetria entre as mamas.
"Por isso é importante que as mulheres façam o auto-exame (veja o vídeo), os exames
médicos e a mamografia"
.