Meu cão pode ficar gripado?

Daniele Milione Daniele Milione 15/05/2018

Estamos no Outono, época em que alterações de temperaturas são bem acentuadas. Por isso, é bastante comum os clientes me perguntarem, durante os atendimentos domiciliares ou no consultório, se o cãozinho pode pegar gripe, assim como acontece conosco nesta época do ano.
A resposta é a seguinte: os cães têm a traqueobronquite infecciosa canina ou "tosse dos canis", que é uma doença contagiosa podendo causar  problemas respiratórios de início súbito, secreção naso-ocular e ataque agudo de tosse.  Em alguns cães a doença é geralmente branda e auto-limitante quando o animal se infecta com um único agente, mas é alta a ocorrência de infecções causadas por múltiplos agentes.
 
A bordetella bronchiseptica é uma doença sazonal que ocorre com mais frequência nos meses mais frios, sendo de maior incidência em cães que frequentam  "pet shops" , assim como pode acometer também animais domiciliados. As formas de transmissão mais comuns são através do contato direto entre cães, ou indireto, pelo  ar, por secreções respiratórias ou através de utensílios ou baias em ambientes contaminados.

Sabe-se que na presença de um agente etiológico raramente teremos uma infecção mais severa, no entanto, é mais comum a presença associada entre dois ou mais agentes etiológicos, no qual teremos sinais clínicos mais severos como: tosse - que pode se apresentar em variados graus, podendo apresentar secreção nasal purulenta.

Os sinais podem se agravar caso ocorra infecção secundária, observando-se a hipertermia, anorexia e dispneia. A tosse é resultado da irritação da traqueia, dos brônquios e dos bronquíolos. A temperatura retal oscila desde a normal até hipertermia superior a 40,5°C.A tosse que acomete cães com traqueobronquite infecciosa canina é chamada de “tosse de ganso”. Ela pode ser produtiva (com secreções) ou improdutiva (sem secreções), e frequentemente piora com o exercício físico. Pode haver , inda, engasgo, ânsia de vômito e corrimento nasal.

Algumas infecções podem ser auto-limitantes e se resolverem sem nenhum tratamento, mas pode acontecer uma pneumonia bacteriana secundária em cães afetados, sem vacinação ou exposição natural prévia aos agentes que causam a tosse dos canis. É provável que cães afetados tenham uma história recente de permanência em “pet shop”, canil ou hotel. Nesta forma, os sinais clínicos são mais severos . A tosse pode não ser produtiva, com ou sem rinite e com secreção nasal e ocular mucoide a mucopurulenta. A tosse do animal parece causar dor e alguns cães relutam a tossir. Complicações associadas com broncopneumonia ameaçam a vida do animal . Podem ser observadas tonsilite, rinite e conjuntivite.

Animais a partir de duas semanas de idade já são considerados suscetíveis, portanto, todo cuidado se faz necessário. Os cães de raças braquicefálicas (aquelas que possuem focinho curto), como os Buldogues, Pugs, Boxers e Shih Tzus também podem apresentar mais complicações do que os outros. Já foram desenvolvidas vacinas para a maioria dos agentes associados à doença. A imunoprofilaxia é recomendável, principalmente, aos animais que costumam ser hospedados em hotéis ou que vão para canis e “pet shops".

Portanto a vacinação é indicada , além da vacina óctupla , que faz parte da imunização dos filhotes a partir de 45 dias de vida - sendo três doses a serem feitas a cada 30 dias. Além dessa, existe a vacina contra a "gripe canina", que deve ser feita após os três meses de idade, em dose única ou duas doses apenas, a critério do fabricante e do médico veterinário de sua confiança.

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