Sábado, 11 de agosto de 2018, atualizada às 9h

Pai relata amor pelo filho de quatro patas

Jorge Júnior
Editor

Talvez você já tenha escutado alguém dizendo que jamais aceitaria um cachorro dentro de casa e que ele seria um problema para sua vida. Porém, existem pessoas que abrem a porta de casa e recebem o animal de braços abertos e os bichinhos ganham espaço e se tornam membros da família.

Uma frase do escritor Milan Kundera traduz esse amor, sem limites: “os cães são o nosso elo com o paraíso. Eles não conhecem a maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde, é voltar ao Éden onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz.”

O amor do professor de artes, Leandro Furtado pelo Ticco não é diferente. Por isso, o Portal ACESSA.com conversou com ele, para o especial Dia dos Pais.

Em 2009, ele e sua namorada moravam no Rio de Janeiro, quando o yorkshire chegou, ainda filhote, na residência do casal. “Na verdade, o cachorro já era da minha namorada e eu aproveitei pegando o bonde andando. Engraçado, pois não ligava muito para cachorros, mas acabei tendo amor”.

A relação, segundo o pesquisador, foi estimulada após ele começar a fazer caminhadas à beira mar, para combater o sedentarismo. “O Ticco virou meu companheiro. Com o tempo,  percebi que ele quem havia me adotado como um novo dono na casa”, lembra.

Desde então, a vida de Leandro nunca mais foi à mesma. Ele podia sair e voltar do trabalho, que havia uma “pessoa” esperando por ele, abanando o rabinho e cheia de amor. Mas, em 2014, a namorada de Leandro mudou-se para a Itália (Europa) e ele foi fazer Doutorado, na Califórnia (EUA), então o pet ficou na casa de uma amiga, no Rio. “Quando retornei, estava com tanta saudade do cachorro, que do Aeroporto pedi ao motorista para me levar até a casa onde o bichinho estava. Quando ele me viu não ‘nos resistimos’, e resolvi trazê-lo para morar comigo, em Juiz de Fora”, conta.

Sobre a relação de pai e filho, Leandro não tem dúvidas. “A gente acaba desenvolvendo uma afetividade -  às vezes atrofiada dada a correria dos dias de hoje. Sempre tem alguém que critica essa relação, principalmente que nunca compartilhou desse afeto. Naturalmente não exagero e tenho limites”.

Apesar dos compromissos diários, o professor conta que seu convívio com Ticco é bem presente e ele tem seu momento de muita atenção. “Diariamente passeamos no quarteirão, onde encontramos outros cachorros. Aos fins de semana, vamos para a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde ele fica livre para brincar. Isso é super importante para minha vida e também para a saúde dele”.

Como forma de homenagear seu filho pet, Leandro escreveu uma cartinha para o animalzinho de estimação: “Não há a menor possibilidade de substituição do amor de um pai para com seu filho, assim como não há a menor forma de comparação do amor de uma mãe. Esta estória de amor começa mais ou menos assim: desde cedo quando brincava com ele, eu o pegava no colo, parecia um boneco de pano ou pelúcia. Doce, me acompanhava na cama, deitando ao meu lado, o que me trouxe atenção, e quando eu me levantava o mesmo caminhava sempre aonde ia. De certo podia ser a vontade de dar aquela voltinha nos corredores do condomínio, como fazia diariamente. Fico triste em lembrar como deve ter sido difícil, quando tive que ir para minha terra natal e ele ficou por tempos na porta da casa me esperando voltar, achando que era apenas uma pequena volta. Na demora, começou a latir, ouvindo o vizinho chegar, enganado. Mas se a sua doçura é o que me fica, é a sua doçura que me leva a crer que este pequeno ser tem algo especial. Ticco, meu serzinho, meu doce cachorro e companheiro. Esta cartinha você não pode ler, mas meu sentimento e amor e de "pai" você sempre vai ter”.

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