Conex?o em um cibercaf?

Luciana Mendon?a
15/09/2000

As estudantes juizforanas Fabiana Viana Lima, de 18 anos, e Danielle Ribeiro Dantas, de 34 anos, conectam-se ? Internet quase todos os dias para enviar e receber e-mails e navegar por diversos sites. Nada de novo, a n?o ser pelo fato de que nem uma, nem a outra t?m um computador em casa. Para n?o ficarem de fora da Grande Rede Mundial, a solu??o encontrada por elas foi freq?entar um cibercaf? da cidade.

Presentes em boa parte dos centros urbanos mundiais, os caf?s que oferecem acesso ao ciberespa?o, os cibercaf?s, s?o, al?m de um ambiente de conviv?ncia entre internautas, um verdadeiro coringa para quem quer utilizar a Rede, mas n?o tem acesso pessoal a ela. Receber e enviar e-mails, conversar online com amigos e familiares distantes, realizar transa?es banc?rias, procurar informa?es ou simplesmente ficar navegando sem rumo s?o algumas das atividades poss?veis.

Est?o tamb?m entre os usu?rios de um cibercaf? aqueles que necessitam usar recursos tecnol?gicos como c?meras, mas n?o possuem os equipamentos, quem tem apenas uma linha telef?nica e precisa mant?-la desocupada, os que ainda querem aprender a usar os computadores antes de investir na compra do equipamento e at? mesmo as pessoas que t?m namorados na Rede e preferem manter a privacidade, evitando a comunica??o em casa.

Ciber-hist?rias

Jovens e estudantes s?o maioria entre os freq?entadores, afirma Anal?cia Mendon?a, administradora do Artcaf?, pioneiro do ramo em Juiz de Fora. Pessoas que est?o de passagem, como turistas, estrangeiros em interc?mbio e funcion?rios de empresas multinacionais que v?m morar temporariamente na cidade sempre procuram o local. Idosos tamb?m aparecem, geralmente para ver seus contra-cheques via Web.
Usu?rios do Artcaf?
Observando o estilo e o comportamento daqueles que utilizam o lugar, Ana e Patr?cia Guimar?es, tamb?m administradora do Artcaf?, t?m muitas hist?rias para contar:

    Preparando o casamento online
    Uma menina, Renata, freq?entava o cibercaf? para conversar online com o noivo, que foi morar em Portugal. Ela estava terminando a faculdade de Direito e preparando tudo para o casamento. Os detalhes da cerim?nia, da festa, tudo ela resolvia com o noivo pela Internet. Ele veio ao Brasil s? para se casar, e chegou ao pa?s apenas dois dias antes disso. Hoje os dois moram em Portugal.

    Empregado gra?as ? Rede
    O Alexandre n?o sabia nada de Internet. Veio num s?bado conhecer a Rede e ficou maravilhado quando viu o resultado do treino de F?rmula 1 num plant?o de not?cias de um site. Dias depois, voltou dizendo que precisava saber informa?es sobre uma empresa. Ele queria se preparar para uma entrevista de emprego na tal empresa, pois era uma ?nica vaga e mais de cem concorrentes. N?s o ajudamos a encontrar o site oficial da empresa e ele imprimiu tudo. Na entrevista, demonstrou bom conhecimento sobre a empresa e foi contratado. Acabamos ficando amigos.

    Not?cias de casa
    Vindo da Espanha para trabalhar temporariamente na Mercedes, em Juiz de Fora, o Josef chegou ao cibercaf? sem saber nada de Internet tamb?m. Fez o curso para iniciantes e passou a freq?entar o cibercaf?. Lia not?cias do seu pa?s pelo jornal online El Periodico, mandava e-mail e at? dinheiro pelo banco La Caixa para sua fam?lia via Rede.

    L?grimas e risos online
    A Elaine se correspondia com o marido, que teve que se mudar para os EUA. Ele estava montando o apartamento em que o casal iria morar, quando ela terminasse o mestrado, e enviava as fotos do AP? via Internet. Enquanto estava conectada, ?s vezes ela chorava; outras vezes saia daqui rindo, toda feliz com as mensagens.

Arquitetura ciber

Os cibercaf?s brasileiros incorporam o clima tropical, com espa?os arejados, decora??o leve, caf?s e outros quitutes, e, ? claro, micros espalhados por todo o ambiente. Nas m?quinas, o acesso precisa ser turbinado e independente das conex?es por telefone. O ideal ? a banda larga, de alta velocidade.

Al?m dos programas b?sicos, como os browsers de navega??o e editores de texto (word), ? bom que os computadores tenham instalados o IRC e o ICQ, para conversa??o em tempo real. Para os iniciantes, os cursos de introdu??o ? Rede s?o uma op??o importante e uma forma de aproveitar o espa?o.

Guias dos cibercaf?s no mundo

Voc? sai de f?rias de Juiz de Fora e embarca para Sydney, na Austr?lia, para assistir aos jogos ol?mpicos, mas n?o consegue se desconectar. Tirou uma s?rie de fotos com a c?mera digital e quer enviar logo para a fam?lia. Al?m do mais, sua m?e quer not?cias suas todos os dias e espera pelas mensagens de e-mail. Probleminha f?cil de resolver, se voc? entra em um cibercaf?. Mas onde encontrar um desses locais?

A dica para os viajantes que n?o dispensam a conex?o ? o livro Cybercafes: A Worldwide Guide for Travelers. O guia pode quebrar um galho na hora de procurar estes espa?os pelo mundo afora. Nele est?o informa?es sobre mais de 750 lugares em todos os continentes onde encontrar cibercaf?s.

J? em sua terceira edi??o, o livro de bolso exibe as informa?es classificadas por pa?s, estado e cidade e apresenta a rota para se chegar a cada endere?o, inclusive com o n?mero do ?nibus que o levar? ao local indicado. O pre?o da hora de acesso e os tipos de cart?o de cr?dito aceitos tamb?m est?o anotados.

Mas, se voc? n?o tem o livro e ? um turista precavido, antes de sair de casa, ao programar a viagem, j? pode acessar o portal vertical Cybercafes.com. A base de dados do site oferece as informa?es sobre os cibercaf?s, em l?ngua inglesa, atrav?s de busca por pa?ses e cidades de todo o globo. Endere?o, telefone, pre?o do acesso e o que o espa?o oferece est?o entre as informa?es comuns. (Ao procurar por cibercaf?s em Juiz de Fora, o viajante ter? as informa?es necess?rias para chegar ao Artcaf?.)