Áreas de risco de Juiz de Fora passam por mapeamento
Pela primeira vez, todas as áreas de risco de Juiz de Fora estão sendo mapeadas. O estudo foi realizado pelo estado, por meio da Fundação Israel Pinheiro (FIP), pelo Governo federal, através da Pangea, e pela Defesa Civil de Juiz de Fora e analisa regiões expostas a desastres naturais, como desabamentos e inundações. As principais são encostas de morros inclinados, beira de rio e barragens.
O trabalho teve início com o mapeamento das regiões de ocupações irregulares da cidade, onde os problemas eram recorrentes. Segundo o chefe do departamento de Operação Técnica da Defesa Civil, Walter de Melo, a princípio, o mapeamento tinha sido feito apenas na região leste, já que essa é a região que apresenta maior número de áreas de risco. "Neste ano, sentimos a necessidade de realizar o mapeamento de toda a cidade e distritos. Esse estudo vai servir de auxílio, não só para o corpo técnico da Defesa Civil, mas para todo o corpo técnico da PJF", completou.
O mapeamento é feito através da visita de técnicos aos locais e o preenchimento de uma ficha de caracterização de risco. Assim o profissional consegue traçar o perfil da área e, junto com arquivos fotográficos, delimitar a mancha da área de risco no mapa. Essas áreas podem ser caracterizadas em quatro graus de risco: R1, R2, R3 e R4.
Foram identificadas 713 manchas nas regiões norte, sul, leste, oeste, sudeste, nordeste e central. Dessas, 55 foram caracterizadas com risco de inundação, 19 barragens e 639 com risco de escorregamento. O mapeamento está sendo feito também na zona rural de Juiz de Fora. Walter informou que quando um técnico vai ao local e identifica o problema, automaticamente faz um boletim de ocorrência e encaminha para o órgão responsável.
Com esse mapeamento, a Defesa Civil consegue monitorar as regiões e, com isso, realizar campanhas de prevenção. O projeto "Defesa Civil vai à Escola", por exemplo, deve priorizar essas áreas de risco e levar informações aos moradores daquela determinada localidade. Haverá ainda a possibilidade de, através de um software, a Defesa Civil identificar, por exemplo, até onde o rompimento de uma barragem poderá atingir. O novo mapeamento, além de traçar o perfil geológico das áreas de risco, identificou também o perfil dos moradores dessas áreas. Segundo Walter, o estudo foi feito em parceria com assistentes sociais da Defesa Civil e traz a média de idade dos moradores, a renda, de onde vieram. "É a primeira vez que fazemos um mapeamento dessa forma, trabalhando também com a parte social. Isso facilitará o trabalho da Defesa Civil como um todo", disse. O mapeamento está disponível na plataforma Google Earth para todo o corpo técnico da PJF.
Em casos de emergência ou orientações técnicas, a população deve acionar a Defesa Civil através do telefone 199.
Com informações da Agência Brasil