A forte chuva que caiu em Juiz de Fora na tarde dessa quinta (01) gerou nove ocorrências pela cidade. Desabamentos de muros foram registrados nos bairros Lourdes e Boa Vista. No Olavo Costa um talude desabou e uma enxurrada foi registrada no local.
No Ipiranga um talude escorregou e no Paineiras foi registrado um escorregamento de pedra. No Linhares, a Rua Ângelo Bigi foi danificada e no bairro Teixeiras um alagamento foi registrado.
O maior volume de chuva foi registrado em Santa Luzia. Em cerca de meia hora, choveu cerca de 54mm no bairro o que causou dois deslizamentos de terra e o córrego que corta o bairro também transbordou.
As equipes do Demlurb iniciaram o serviço de raspagem em Santa Luzia já durante a noite desta quinta (01).
Por meio de vídeo, a Prefeita Margarida Salomão explicou nas redes da Prefeitura de Juiz de Fora, nesta sexta-feira (2), a necessidade de intervenções estruturais para combater problemas históricos da cidade com as chuvas.
Conforme Margarida, considerando outubro e novembro de 2022, tivemos esse ano 30mm de chuva a mais do que o volume total do mesmo período no ano passado. "A cidade resistiu bem graças a Deus e aos nossos cuidados preventivos. Mas é necessário dizer que a cidade, na verdade, precisa de grandes investimentos, mesmo em áreas como o Centro da cidade, em que a gente imagina que os problemas não são tão graves."
A Prefeita afirmou que, geralmente, pensamos em bairros mais populares, com razão, quando pensamos nos estragos causados pela chuva. Mas ela aponta pontos em que há ocorrências registradas costumeiramente com a chegada do período das águas, como em pontos da Avenida Rio Branco, próximo à Rua Severino Meireles. Segundo ela, equipamentos como as bocas de lobo têm sido limpadas sistematicamente, mas esse tipo de manutenção não consegue solucionar a questão estrutural envolvida.
Como na rede que deságua no Córrego Independência, a solução, para a maioria dos casos, são obras de engenharia de grande porte. Ela exemplifica isso com o Bairro Santa Luzia, que foi atingido por um transbordamento do córrego nesta quinta-feira (1º).
"Há muitos anos, foi abordada essa questão, com a construção do canal. Pelos dados que temos, ele foi construído em 1978, há 44 anos atrás. Naquela época, com certeza, foi uma solução espetacular. Tínhamos uma população de 150 mil pessoas. Falamos agora de uma cidade quatro vezes maior. Hoje a área é toda urbanizada e habitada". Desse modo, conforme a chefe do executivo municipal, será preciso fazer um novo canal, mais fundo e mais largo, que permita que essas águas sejam coletadas e fluam de forma satisfatória.
"Solução que a gente prevê que resolva o caso por mais 70 anos. A obra que está sendo feita em Santa Luzia não tem nada a ver. Essa é uma obra muito importante também. O córrego santa luzia é um esgoto a céu aberto. O que estamos fazendo, é coletar para tratar e acabar com o problema crônico do mal cheiro, como acontece no Marilândia e no São Pedro."
Posto isso, o segundo passo, como disse a prefeita, é resolver as inundações. Ela comenta que o projeto foi feito ao longo do ano de 2022 e deverá ser executado em 2023." Vamos executá-lo no ano que vem, depois do período da chuvas, no período próprio para isso. Vamos fazer uma obra gigantesca, assim como vamos fazer no Bairro Industrial", adianta.
Ainda segundo Margarida: "Situações como essa com problemas de grande envergadura, requerem que a gente faça esforços heroicos para superá-los, enquanto isso, vamos cuidando da cidade." A líder do executivo ressaltou o trabalho dos servidores do Demlurb, da Secretaria de obras, Cesama, Empav que estão no bairro, desde o fim da tarde de quinta-feira. Pontuou também o trabalho da Defesa Civil, no atendimento a pessoas que tiveram perdas com as inundações.
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