Arquitetura e criminalidade Veja como a arquitetura contribui para diminuir a criminalidade
e elevar a qualidade de vida das pessoas

Priscila Magalh?es
Rep?rter
04/10/07

Combater a criminalidade com id?ias. ? isto que o Tenente-Coronel da Pol?cia Militar do Paran?, Roberson Luiz Bondaruk, quer buscar divulgando o livro A Preven??o do Crime Atrav?s do Desenho Urbano. "O objetivo ? chamar a aten??o das pessoas para conseguirmos uma melhoria na integra??o da comunidade e na humaniza??o do espa?o urbano. Quanto mais artificial este espa?o, mais violento ele fica", explica Roberson.

Ele considera que o desenho urbano ? fundamental para a seguran?a das pessoas. Muitas resid?ncias, lojas, pr?dios e espa?os p?blicos possuem a arquitetura que dificulta a visibilidade de dentro para fora e favorece o crime. "A concep??o de muros altos para favorecer a prote??o vai contra o interesse da seguran?a p?blica. O assaltante se sente protegido atr?s de um muro. Ningu?m de fora da resid?ncia vai ver que ele est? ali. O correto ? colocar grades que permitam a visibilidade e que tamb?m sejam seguras", alerta.

Para ele, uma marquise ? uma plataforma de trabalho para pessoas mal intensionadas. Por isso, os pr?dios constru?dos sem elas, v?o oferecer mais seguran?a para os moradores. O Tenente cita outros exemplos "Para construir um pr?dio, os profissionais de engenharia e arquitetura devem prestar a aten??o na posi??o da guarita, possibilitando ver quem chega. Em um supermercado, o caixa nunca deve ficar de costas para fora, pois vai estar totalmente rendido, pois ele n?o v? quem se aproxima".

foto de escada Roberson Luiz Bondaruk

O tenente diz que o uso da tecnologia apresentada no livro vai contribuir para agregar valor ao trabalho dos profissionais. Eles v?o construir casas, estabelecimentos comerciais e at? pra?as mais seguras. "O grande benef?cio vai ser a diminui??o no n?mero de ocorr?ncias policiais. As pessoas n?o t?m a cultura da preven??o. Elas n?o tomam cuidado e acham que a pol?cia deve tomar conta de tudo. A seguran?a efetiva deve ser tomada pelo cidad?o", ressalta.

Espa?o P?blico

foto de pra?a A forma de construir pra?as, plantar ?rvores e colocar os postes de energia el?trica tamb?m influenciam para a redu??o do crime. Roberson diz que ?rvores de copa muito grande n?o devem ser plantadas perto de pr?dios e nem embaixo de postes. "Se uma pessoa que mora em apartamento for olhar pela janela antes de sair de casa, ela n?o vai conseguir ver se a rua est? segura. As ?rvores tamb?m impedem a ilumina??o das vias quando s?o plantadas embaixo de postes, sem contar o fato de que os criminosos podem se esconder entre os galhos".

A forma dos postes tamb?m tem influ?ncia. "Quando a parte de cima dele joga a luz mais na rua, a cal?ada fica escura e isso n?o est? certo. A luz ? inibidora de delitos".

Outra dica interessante ? a respeito da constru??o de pra?as. Elas n?o devem ser apenas local de passagem para as pessoas. "N?o deve ter somente bancos e jardins. Isso faz com que as pessoas parem ali para usar drogas. O espa?o deve ter quadras para a pr?tica de esporte, o que deixa o local mais bonito. As cidades t?m que ser alegres para fazer com que as pessoas saiam de casa, que resgatem valores adormecidos, como o respeito e a valoriza??o do ser humano", explica.

Acessibilidade

foto de cal?ada Roberson citou a acessibilidade como um ponto que vai sair ganhando com a pr?tica da tecnologia. "As cidades s?o espa?os onde apenas os fortes podem passar. Temos que ter rampas de acesso e cal?adas que permitam uma cadeira de rodas de circular. Onde passa uma cadeira, passa um pedestre. Cal?adas mal-feitas geram isolamento e ? isso que os criminosos querem, que as pessoas se isolem".

Segundo Roberson temos que atingir um urbanismo que reflita valores humanos. "? uma proposta que depende mais da mudan?a de atitude que de investimento financeiro. As pessoas t?m que cuidar para n?o deixar porta e janelas abertas; 54% das casas foram assaltadas por causa de problemas na forma de constru??o e em 71% dos casos houve facilita??o por parte das pessoas", conclui.