Segunda-feira, 31 de agosto de 2009, atualizada às 16h31

PM suspeito de liderar esquema de adulteração de bebidas nega acusação

Clecius Campos
Repórter

O sargento da Polícia Militar (PM), suspeito de comandar o esquema de adulteração de bebidas, estourado pela Polícia Civil (PC) na última sexta-feira, dia 28 de agosto, foi ouvido na manhã desta segunda, 31. O oficial é proprietário dos três depósitos vistoriados nos bairros Linhares, Marumbi e Bom Jardim. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rodolfo Rolli, o oficial negou envolvimento com o crime.

"O depoimento dele pouco influencia nas investigações. Temos provas cabais de que ele era o cabeça do esquema. Toda a bebida falsificada e adulterada encontrada na própria casa do suspeito, além de documentos e dois motores de motos com o número do chassi raspado, dizem o suficiente. Todas as testemunhas e pessoas que trabalhavam no esquema confirmaram que estavam a serviço deste policial."

Segundo Rolli, o militar pode ser enquadrado nos crimes de adulteração de rótulos de gêneros alimentícios, adulteração de peças de carro — além dos chassis raspados, em um dos depósitos, foi encontrado um caminhão com placa da Bahia, sendo que os registros da PC dão conta de emplacamento do mesmo veículo numa cidade da Zona da Mata Mineira — e formação de quadrilha. "Ao todo, a pena pode chegar a 20 anos de prisão e pode ser agravada por se tratar de um funcionário público."

Durante a semana, todos os proprietários de bares e restaurantes que revendiam as bebidas adulteradas serão intimados e ouvidos pela PC. Conforme Rolli, os estudos apontam pelo menos oito envolvidos no esquema. A expectativa é de que as investigações sejam concluídas em 60 dias.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes