Homem é preso pela Polícia Civil suspeito de estuprar sobrinha de 10 anos

Autor dava dinheiro à vítima e ao irmão dela, que desconfiou e armou situação para expor pedófilo

Lucas Soares
Repórter
20/07/2015

Um homem de 35 anos foi preso na manhã desta segunda-feira, 20 de julho, suspeito de estuprar a sobrinha, de 10. A investigação foi conduzida pela delegada Ione Maria Moreira (foto abaixo), da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher.

De acordo com Ione, o caso foi descoberto após o irmão da vítima denunciar a história à família. "No dia 17 de junho a mãe e o irmão da vítima denunciaram o fato. A vítima vem sendo molestada pelo investigado desde janeiro de 2015, quando ele mudou para o bairro Nossa Senhora de Aparecida (Zona Leste). O suspeito dava R$ 10 para ela e R$ 10 para o irmão. Chamou atenção nesse caso a coragem do irmão, que nos ajudou imensamente nessa apuração, desconfiando da situação. A mãe trabalha fora em outro bairro, o irmão estuda e a vítima ficava sozinha. O suspeito aproveitava essas brechas e ia até o local quando não tivesse ninguém. A garota se abriu, falou o que estava acontecendo ao irmão e ele contou à família, mas, por se tratar de um tio, não acreditaram e pediram provas", explica.

Em seguida, segundo a delegada, o irmão bolou um plano junto à vítima para filmar a situação e entregar o vídeo como prova aos familiares. "O investigado tinha combinado com a menina que iria na casa dela e o irmão fingiu que ia à escola e se escondeu dentro de uma cômoda e, pela fresta, filmou tudo. Ele mostrou aos familiares e, um deles, excluiu o vídeo. Nós conseguimos recuperar parte do material, o irmão conseguiu recuperar outra parte, foi submetido à perícia, que foi fundamental para a investigação. A perícia mostra de forma muito clara o abuso, inclusive sexo oral, que o autor obrigava a vítima a fazer. Além disso, o irmão pegou esperma enrolado em um papel higiênico, que o autor descartou no banheiro e trouxe para nós. Hoje pedimos ao autor que disponibilizasse material biológico para fazer o exame de DNA, mas temos provas mais do que suficientes para pedir a prisão preventiva, o Ministério Público e o Judiciário entenderam, e hoje conseguimos deter esse suspeito", conta.

Segundo Ione, a vítima passa por tratamentos psicológicos em função de tudo o que aconteceu. Ela ressalta a importância da denúncia em casos semelhantes. "A pedofilia é uma questão social, que tem que ser tratada com mais eficiência. É um crime recorrente em famílias. Eu quero deixar um alerta para a sociedade, é um crime que acontece dentro de casa. A mãe deve dar atenção, ver o que a criança frequenta nas redes sociais, que é um ambiente frágil. O pedófilo tem uma personalidade calma, é cativante, consegue conquistar a confiança da vítima. Tem uma grande diferença entre o pedófilo e o molestador, às vezes o pedófilo tem esse problema e não procura ajuda, com medo de ser denunciado pelo próprio psicólogo. Esse caso é uma ponta do iceberg, foi apurado rapidamente e não é um caso só do Estado, mas da sociedade. Só a denúncia traz esse tipo de situação. A criança fica muito traumatizada, é um acontecimento que acaba com a vida da vítima", garante.

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