Juiz de Fora pode ter mais de 9 mil usuários de crack

Dado é do Ministério da Saúde. Audiência pública debate mecanismos para combater o tráfico na região do bairro Benfica

Jorge Júnior
Repórter
26/4/2012
audiencia

Juiz de Fora pode ter mais de 9 mil usuários de crack, segundo o parâmetro estatístico do Ministério da Saúde (MS). "Há cerca de um ano, o MS usava o parâmetro de 1% da população. Como na cidade temos 600 mil habitantes, tínhamos cerca de 6 mil. Porém, este ano, fomos informados que essa porcentagem aumentou, passando para 1,8%. Com isso, atualmente, na cidade existem mais de 10 mil", calculou o chefe do Departamento da Saúde Mental do município, José Eduardo Amorim.

Dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a população em Juiz de Fora é de 516.247 habitantes, por isso o número de usuários de crack seria de aproximadamente 9.300. Amorim destaca que 20% desses consumidores da droga são dependentes. "Essas pessoas que fazem o uso contínuo acabam se tornando dependentes", acrescenta.

Pensando em combater este cenário foi realizada na Câmara Municipal uma audiência pública, na tarde desta quinta-feira, 26 de abril, a fim de discutir políticas para combater o tráfico de drogas na região, principalmente no bairro Benfica, Zona Norte de Juiz de Fora. "Queremos buscar mecanismos para ajudar essas famílias, a fim de que elas sejam atendidas pelo poder público", disse o vereador proponente da reunião, Carlos Bonifácio (PRB).

Para o legislador, Juiz de Fora está vivendo uma situação alarmante. "Precisamos combater esse panorama, antes que a região se transforme em uma cracolândia. Além disso, Bonifácio destacou que o combate ao tráfico não deve ser feito somente pelas polícias. "É um problema de políticas públicas. A polícia sozinha não consegue sanar essa situação. Se a sociedade se unir com o poder público, o cenário será diferente."

Ainda sobre as formas de prevenção, o titular da 3ª Delegacia Distrital da Polícia Civil, Francisco Corrêa Rezende, também ressaltou que os mecanismos da polícia não são tão eficazes no combate às drogas. "O vício alimenta o crack, gerando crimes e violências." Sobre os problemas do bairro Benfica, Rezende afirmou que o número de homicídios na região tem diminuído este ano. "No ano passado o número era alto. No entanto, é muito difícil parar com o tráfico, uma vez que o mercado das drogas vem aumentando."

Caps vão ser inaugurados

A subsecretária de Redes Assistenciais da cidade, Sandra de Fátima Ferreira da Costa, também disse que o problema é da saúde pública, mas acredita que a educação também é outro fator relevante. Ela afirmou que um Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Droga (Caps-AD3), localizado na rua Silva Jardim, deve ser inaugurado em 40 dias. Segundo ela, o atendimento será 24h. Outros dois Caps também estão previstos para este ano: um no Manoel Honório e outro na região Leste.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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