Terça-feira, 19 de maio de 2020, atualizada às 16h00

Sistema prisional de MG produz 1 milhão de máscaras de proteção à covid-19

Da redação

O sistema prisional mineiro alcançou a produção de 1 milhão de máscaras de proteção contra a covid-19. Os equipamentos de proteção, produzidos por detentos de diversas regiões de Minas, são distribuídos prioritariamente para as forças de Segurança e também para hospitais, asilos e servidores municipais de algumas cidades que fecharam parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Atualmente, 36 presídios e penitenciárias estão envolvidos no processo, com linhas de produção montadas e 400 presos treinados e trabalhando sete dias por semana na confecção das máscaras, divididos em turnos. A produção já alcançou mais de 43 mil equipamentos de proteção por dia, o que significa praticamente o dobro da meta de 22 mil itens diários inicialmente estipulada pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG). O trabalho começou em 6 de abril, em escala crescente de aumento de unidades prisionais envolvidas e detentos capacitados.

O Presídio de Caxambu, na região Sul de Minas, é o maior do Estado em produção de máscaras. Na unidade, 31 detentas já finalizaram 112.850 equipamentos de proteção. Isso porque, divididas em turnos, garantem o funcionamento da unidade fabril das 6h às 23h. São mulheres que já atuavam em uma oficina de confecção de camisetas masculinas e uniformes do sistema prisional, e que agora, durante a pandemia, se dedicam integralmente à produção de máscaras.

Em segundo lugar, está o Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com a produção de 98.200 itens. Na unidade, 23 presos têm uma produção diária de 3.200 equipamentos, que seguem para as forças de Segurança e para o Executivo municipal. Em Neves, a prefeitura contribui com insumos, reforçando o material disponibilizado pela Sejusp.

Além de quem recebe os equipamentos de proteção, também são beneficiados os que estão na linha de produção. Para os presos incluídos na tarefa, além da oportunidade de ressocialização e capacitação profissional por meio da colaboração com a saúde pública, há a vantagem da remição de pena pelos serviços prestados. Três dias em exercício significam um a menos na condenação.

Matéria-prima

Para a produção das máscaras, o Governo de Minas adquiriu 165 mil metros de TNT. Essa matéria-prima foi dividida entre as unidades fabris, que receberam também tecidos de algodão para a produção de máscaras laváveis. A confecção dos itens reutilizáveis começou no final de abril, com a doação de 34,4 mil metros pela empresa Cedro Cachoeira. Atualmente, são 13,5 mil máscaras de tecido produzidas e já doadas.

A previsão é de ampliar a confecção de máscaras laváveis, com a aquisição de 10,4 mil metros de tecido pela Sejusp. A pasta também já trabalha na compra de outros 250 mil metros de TNT, considerando o bom desempenho da produção no sistema prisional e também no socioeducativo (com cerca de 6 mil máscaras feitas para uso do próprio sistema).